Prometendo dar continuidade aos projetos do ex-prefeito Lindberg Farias (PT) - que saiu do governo deixando muitas dívidas, receitas penhoradas, obras paradas e problemas sérios nas redes de ensino e atendimento médico -, a prefeita Sheila Gama (PDT) assumiu o governo na tarde do último dia 31, um ano e três meses após ter sido empossada como vice-prefeita. Ela assegurou que priorizará os setores de Saúde e Educação e elogiou bastante seu antecessor, contrariando membros do seu próprio partido, que entendem que o primeiro ato da nova prefeita deveria determinar uma auditoria na prefeitura.
Apesar dos elogios ninguém imaginava que ela fosse ter coragem de manter na Secretaria de Educação o mesmo esquema inoperante de Lindberg. Pois ela o fez. Deixou Jailson de Souza como secretário e Maria Antonia Goulart, mulher de Lindberb, como coordenadora do Bairro Escola, um programa que tem uma realidade e mostra outra no censo escolar, inflando os números para que o município possa receber mais recursos.
“Não sei se essa continuidade será possível. O que sabemos é que existem muitas irregularidades na prefeitura e se ela não abrir o olho acabará envolvida em coisas com as quais ela nada tem a ver. Sheila era vice-prefeita e não teve nenhuma participação na gestão de Lindberg, mas se não fizer nada pode acabar se comprometendo e não é isso que almejamos”, disse um pedetista histórico que até o início dessa semana não havia sido sondado para nenhum cargo no governo.
Outra coisa que preocupa bastante os aliados da nova prefeita é a declaração feita por Lindberg na solenidade de posse, dando conta de que deixou R$ 308 milhões em obras contratadas, entre elas o Hospital do Jardim Pernambuco, do qual não existe nada que se possa tocar. “É preciso que isso seja esclarecido, pois Lindberg tem falado muita coisa que não se pode levar a sério. Até onde conhecemos o que a prefeita está assumindo é um município falido e se ela não fizer o que ele afirma ter deixado contratado ficará muito mal diante da população”, concluiu o aliado.
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