terça-feira, 20 de abril de 2010

O que virá agora, senhores?

Vereadores de Porto Real decidem acompanhar inquérito de roubo e receptação aberto em Minas contra colega que já responde por estupro e seqüestro. Também pediram a instalação de uma comissão de inquérito.

Nove meses depois de ser acusado dos crimes de agressão, ameaça sequestro, cárcere privado e estupro contra uma jovem de 24 anos, fato que teria ocorrido no dia 19 de julho do ano passado, o vereador Heitor Silvestre da Silva (DEM), começou a ter problemas na Câmara. Os vereadores José Roberto Pereira, Mauro Ettore, Bianca Sampaio e Cacilda Serfiotis protocolaram ofício na Delegacia Policial de Itanhandu, no estado de Minas Gerais, pedindo informações sobre o Inquérito 130/2007, no Heitor está sendo investigado por suposto envolvimento no roubo de três maquinas empilhadeiras, avaliadas em R$ 60 mil cada uma. Eles também propuseram a instalação de uma comissão de inquérito, pedido que deverá ser colocado em votação na próxima segunda-feira

Defendido pelo presidente da Casa, Jayme da Silva Pereira e pelos vereadores Luiz Fernando Graciane (tio da jovem que acusa o vereador de estupro), Rafael de Carvalho e João de Souza, Heitor vem sendo mantido no mandato e ainda foi eleito para presidir a Câmara no biênio 2011/2012, graças a uma manobra de Jayme, que resolveu antecipar para o dia 8 de março (data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher), a eleição da mesa diretora. A população está revoltada com isso e quer que Heitor seja afastado, pois entende que ele não condições de representar a sociedade como membro do Poder Legislativo.

“Gostaríamos de saber o que mais a presidência da Câmara está esperando para afastar esse homem. Primeiro foi a violência contra essa pobre moça. Agora surgiu o caso das empilhadeiras. Não estamos querendo que ele seja cassado, mas apenas que o afastem da Câmara até que a Justiça conclua o processo, pois é muito constrangedor para as pessoas de bem que freqüentam a Casa e são obrigadas a deparar com ele compondo a mesa diretora nos fitando com olhar desafiador”, afirmou um parente da vítima.


O roubo das máquinas

Pelo que foi apurado até agora, na madrugada do dia 5 de novembro de 2007, uma segunda-feira, foi registrado na 34ª DP, em Bangu, por Francisco da Chagas Paulo, que quatro homens armados interceptaram seu caminhão na altura de Seropédica e o levaram até a localidade de Vila Kennedy, onde as quatro empilhadeiras que transportava foram retiradas. As máquinas pertenciam a empresa Brasif.

Ainda de acordo com as investigações, o empresário Samuel Xavier, que atua em Itanhandu no ramo de locação de equipamentos, contou no inquérito que conhecia Heitor e que dele costumava comprar madeira e que o vereador lhe telefonou oferecendo três empilhadeiras por R$ 60 mil cada uma.

Samuel afirma no inquérito que comprou os equipamentos de Heitor, que afirmou que tinha os documentos das empilhadeiras, que foram entregues a ele no dia 14 de novembro de 2007 num caminhão da empresa HM, de propriedade do vereador. Samuel contou que depois de feito o pagamento telefonou para Heitor cobrando os documentos das empilhadeiras e o vereador lhe respondeu que estava providenciando os papeis. Samuel contou ainda que dias depois fora informado pela empresa Brasif que as empilhadeiras que ele teria comprado de Heitor são produtos de roubo.

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