terça-feira, 29 de setembro de 2009

Magé tem novo procurador

Há 16 dias no cargo de prefeito de Magé, Rosan Gomes acaba de fazer a primeira mudança no primeiro escalão do governo. Nessa quinta-feira o advogado Wagner Mello assumirá o cargo de procurador-geral. Procurador concursado, Wagner iniciou-se em Magé durante a gestão do prefeito Nelson Costa Mello, o Nelson do Posto, integrando a equipe comandada pelo advogado Eneas Rangel Filho, hoje procurador-geral em Rio das Ostras. Wagner substituirá Marcelle Cozzolino.




domingo, 27 de setembro de 2009

Briga de cachorro grande em Nova Iguaçu

Prefeito e presidente da Câmara se desentendem e servidores

sofrem as consequências

A queda de braço entre o prefeito Lindberg Farias (PT) e o presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Fernandes (DEM), deverá deixar centenas de pessoas desempregadas ainda essa semana. É que para jogar os demitidos contra o chefe do Poder Legislativo o prefeito decidiu acabar com os cargos temporários, cerca de 2,5 mil, criados no mês passado, para os quais já havia convocado 600 pessoas, a maioria indicada por vereadores. Além disso, o prefeito derrubou o decreto legislativo que concedia benefícios aos agentes das creches municipais.

“Isso é mais um abuso do prefeito. Os funcionários não têm nada a ver com a briga dos dois. Com o fim dos cargos o atendimento na rede de saúde ficará ainda pior e o pessoal das creches, que ganham uma miséria de salário, ficarão em situação ainda mais difícil”, disse um vereador do bloco de sustentação do prefeito.



Incoerência


Ao enviar à Câmara, no mês passado, o projeto de lei criando os cargos temporários o prefeito alegou que a medida tinha de ser tomada com urgência porque a prefeitura não poderia mais contratar pessoal através de cooperativas e se os cargos não fossem aprovados iria faltar mão-de-obra nos postos de saúde.

Na última quinta-feira, entretanto, depois de uma briga com o presidente da Câmara, Lindberg resolveu demitir os que já havia chamado para e esses cargos e suspendeu novas contratações.

“Essa medida atinge em cheio o presidente da Câmara, mas afeta também outros vereadores. Só o Marcos Fernandes tinha 92 pessoas contratadas nos cargos temporários. Isso é uma incoerência do prefeito, que antes dizia que precisava desses cargos e agora dispensa os contratados”, disse outro membro da bancada de Lindberg.



Destituição


De acordo com um assessor do prefeito, Lindberg está disposto a tirar Marcos Fernandes da presidência da Câmara e para isso já contaria com o apoio de 11 vereadores. “Acho que o prefeito está errado ao se intrometer num assunto exclusivo do Legislativo, mas por outro lado ele está certo. Marcos Fernandes sempre teve muito espaço no governo. Nomeava quem quisesse. Prova disso foi a expressiva votação que teve. Ele não se reelegeria sem a ajuda que teve do governo durante todo o primeiro mandato de Lindberg e agora vem posar de político independente, coisa que ele não é nem nunca foi”, completou o assessor.

Ainda segundo o assessor, o prefeito já teria iniciado as negociações com mais três vereadores e a expectativa é de que até o final dessa semana Lindberg tenha completado os 14 votos dos quais necessita para iniciar o processo de destituição da mesa diretora.





Sem inspiração para poesia

Casimiro de Abreu parou no tempo e moradores culpam a incapacidade administrativa do prefeito

No próximo dia 1º o prefeito de Casimiro de Abreu, Antonio Marcos Lemos estará completando nove meses de gestão, exatamente 273 dias de um governo, que, ao julgar pelas promessas por ele feitas durante a campanha eleitoral e pela falta de ações da administração municipal, ainda não começou. Longe dos anseios da população que apostou no discurso da mudança propagado nos palanques, o prefeito é apontado hoje por alguns segmentos da sociedade, como um personagem de ficção, interpretado por um político de carreira meteórica, que de um mandato de vereador pulou para o cargo mais poderoso do município, mas parece atrapalhado com esse poder.

“Infelizmente não podemos tirá-lo do cargo, mas nosso sentimento é de profundo arrependimento. Se ele não tem capacidade para gerir o município - e é isso que está parecendo - deveria pedir para sair, pegar o boné e ir embora, porque nossa cidade está precisando é de um prefeito de verdade”, desabafa um comerciante do centro da cidade.

“Acho que o prefeito está é de brincadeira. Gastou muito dinheiro com uma festa. Aliás, a festa foi muito bonita e adorei os shows, mas vida não é isso. Ficaria mais contente se tivesse remédio no hospital e nos postos de saúde. Não queremos circo”, disparou Maria da Conceição de Souza.

Insatisfação geral

Na localidade de Barra de São João a ausência da administração municipal é notada em vários setores. Um dos casos que vem revoltando os moradores é o fechamento da creche Nosso Amiguinho, que funcionava anexa ao Centro Infantil João Teixeira Bastos, que foi interditada a pedido do Ministério Público, por conta das péssimas condições de funcionamento. Isso aconteceu em agosto e o prefeito prometeu um local provisório, mas nada foi feito até agora.

“Em vez de tomar providência o prefeito responsabilizou funcionários pelo fechamento da creche. As crianças estavam recebendo alimentos com data de validade vencida e o prédio tem infiltrações e vazamentos, por conta de uma administração desastrosa. Quem compra alimentos é a prefeitura. Quem faz obra de conservação é a prefeitura. Como a culpa pode ser dos funcionários?”, pergunta a moradora Maria da Conceição.

O preço do silêncio

De acordo com o vereador Alex Neves, que tem denunciado várias irregularidades atribuídas a administração municipal, o prefeito Antonio Marcos vem usando cargos públicos para calar quem o critica. ”Antonio Marcos achou um jeito de safar das criticas “calando a boca” de adversários com empregos públicos. Tem mulher e filho de presidente de associação de moradores sendo nomeador. É uma maneira que ele acha para não ser criticado. Mas as críticas são importantes porque abrem o olho do administrador”, afirmou Alex.

O vereador entende que as coisas mudaram para pior no município. “A população deixou de ser assistida pelo poder público. Os carentes não recebem mais cesta básica e quem tem aluguel social não tem mais ou quem está morando, o dono da casa não recebe mais o aluguel, está despejando. Temos um governo que junta dinheiro por incompetência. De que adianta ficar se gabando de ter mais de R$ 20 milhões em caixa e deixar a população sofrendo?”, indaga o vereador.



Pescadores de Magé deverão ser indenizados pela Petrobras

Pelos menos 96 pescadores que atuam no município de Magé deverão ser indenizados pela Petrobras durante um ano e meio, recebendo R$ 1.305,00 por mês. Ação nesse sentido está sendo promovida pelo Ministério Público Federal, que está processando a estatal por danos ambientais na Baia de Guanabara, durante as obras de instalação de dutos e gás e a construção de terminais. Os procuradores do MPF entendem que os danos ao meio ambiente prejudicaram diretamente os pescadores. De acordo com a petição assinada pelo procurador da República Lauro Coelho Júnior, a Petrobras terá de desembolsar um total R$ 2,4 milhões a título de reparação de “danos morais coletivos causados aos pescadores artesanais”.

“Queremos que os pescadores sejam indenizados pelos prejuízos causados pela vedação da pesca na Praia de Mauá. Esse impacto ambiental, pelas obras de colocação de dutos submarinos, impede que os pescadores trabalhem”, ressaltou Lauro.

O procurador destaca na ação que, “apesar do impacto ter sido previsto no licenciamento ambiental, não foi proposta nenhuma indenização pelo prejuízo causado aos pescadores”. Além da Petrobras, também são réus na ação o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) - que, no entender do MPF, concedeu licença ambiental para a Petrobras sem definir a obrigação de reparação pelos danos – e as empreiteiras GDK e Oceânica, executoras das obras.

De acordo com o presidente da Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara (Ahomar), Alexandre Anderson Souza, as obras representam um verdadeiro desastre para os pescadores. “Estão causando prejuízo e inviabilizando a pesca na região, pois a obra causa impactos irreversíveis. De início, nos impedem de pescar na nossa área de atividade, pois utilizam muitas embarcações de apoio e impossibilitam o acesso de nossos barcos, que precisam fazer contornos de até dois quilômetros para chegar ao local”, concluiu, explicando que o volume de pesca foi reduzido em até 70%.