sábado, 23 de agosto de 2008

É muita cara-de-pau

Já vi o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) fazer coisas que das quais até Deus duvida. Começa uma obra agora e a paralisa logo depois. Faz um acordo aqui e o descumpre ali e assim vai levando sua vida de “Pinóquio’” de carne e osso, mas na semana passada ele ultrapassou os limites do absurdo quando usou o espaço da propaganda eleitoral gratuita na televisão para dizer: “inauguramos o Hospital da Amil, que vai ajudar a desafogar o atendimento no hospital da Posse”... Esse rapaz deve estar de brincadeira. A unidade a qual ele se refere é o Hospital Mário Leoni, um empreendimento particular que só atende quem tem o plano de saúde Amil ou quem pode pagar no mínimo R$ 100 por uma simples consulta.

O mesmo Lindberg, no mesmo espaço, disse que a cidade vai ganhar uma Unidade de Pronto Atendimento, um projeto do governo estadual, do qual a Prefeitura não participa com um centavo sequer. Ele se empolgou e foi além: “a cidade vai ganhar mais duas”, mas não disse que a UPA que será inaugurada nos próximos dias poderia estar pronta muito antes e só não está porque ele, o prefeito, demorou três meses para liberar a licença para essa primeira, porque as unidades foram indicadas por um adversário político.

No primeiro caso o prefeito está brincando com a população, pois o Hospital da Posse é procurado pelos que não podem pagar um plano de saúde e que por isso são obrigados a se submeterem às longas esperas e ao péssimo atendimento no hospital que, durante a campanha de 2004 o prefeito prometia transformar em referência no estado, mas que hoje está muito pior do que há quatro anos, embora os recursos destinados para o setor de Saúde pelo governo federal entre janeiro de 2005 a julho deste ano chegam a quase R$ 600 milhões.

Sobre as UPAs, o prefeito deveria era agradecer a parceria do governo estadual e em vez de dificultar as coisas, levando até noventa dias para liberar uma simples licença, facilitar ao máximo, pois quando tenta barrar um projeto desses ele não está afetando seu adversário político, mas prejudicando milhares de pessoas carentes, que, ao contrário dele, não podem dispor de um hospital particular como o que a Amil e não a Prefeitura – que não tem nada a ver com isso – acaba de inaugurar no município de Nova Iguaçu.


Trapalhada


O pessoal do diretório do PSDB em Cabo Frio fez uma besteira que poderá custar caro ao prefeito Marquinhos Mendes. Esqueceram de registrar, em tempo hábil, na ata da convenção, o nome dele como candidato a reeleição. Tem gente achando que tem o dedo de Alair Corrêa nesse lapso de memória.


Força tarefa


O presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani, está jogando pesado em favor da reeleição do prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar (PMDB). Mandou para lá uma verdadeira tropa de choque.


Alerta vermelho


Por imposição do prefeito Lindberg Farias o DEM e o PV fizeram uma coligação a nível proporcional. O DEM tem nove vereadores de mandato e o PV um, o que inflacionou a disputa. Por conta disso vários candidatos com menor poder de fogo não colocaram a campanha na rua, o que pode atrapalhar bastante as coisas para os chamados bons de votos, pois quem tiver menos de cinco mil corre sérios riscos de ficar de um fora. Um dos medalhões que ainda não botaram o bloco na rua é o vereador Daniel Eduardo da Silvam o Daniel da Padaria, visto como candidato rico, mas que este ano não está em situação nada confortável, pois trocou o PDT – onde as coisas seriam menos difíceis – pelo DEM.


Bolso vazio


Os candidatos a vereador da aliança formada para reeleger o prefeito Lindberg Farias continuam reclamando da falta de recursos. Dizem que não há papel e dinheiro nem pensar...




Está faltando criatividade na campanha

Em Paracambi candidato usa jingle e slogan de ex-prefeito de São João de Meriti, enquanto em Belford Roxo e Mesquita prefeitáveis imitam político de São Gonçalo.

No município de Paracambi carros e som espalham um jingle muito conhecido em São João de Meriti, enquanto que nas ruas de Mesquita e Belford Roxo as musicas de dois candidatos a prefeito lembram a que se ouvia em São Gonçalo no ano de 2000, quando o pediatra Henry Charles foi eleito prefeito com o povo cantando “Chame o doutor”. Tanto em Paracambi como em Mesquita e Belford Roxo as prefeituras estão sendo disputadas por médicos, que se são bons em suas funções o mesmo não pode ser dito em termos de criatividade, pois plagiaram slogans e jingles antigos.

Numa alusão a disputa de 2004, quando elegeu-se prefeito, mas foi cassado seis meses depois por compra de votos, Flávio Campos Ferreira está com a campanha sustentada pelo slogan “Quando o povo quer não tem jeito, o povo quer ...”, frase que ancora o refrão de seu jingle. Tanto a frase como o refrão são da campanha do ex-prefeito José Amorim, falecido este ano, que em 2004 tentou retornar à Prefeitura de São João de Meriti.

A campanha de Amorim teve como marqueteiro o produtor de televisão e publicitário, Teodoro Moreira, conhecido no meio como Patto Rocco, que hoje atua nas campanhas do PT em Paracambi, PSC no Rio e PDT em Cabo Frio.


“Chame o doutor”


Ex-vereador em Nova Iguaçu e atualmente membro da Câmara de Mesquita, o clínico geral Jorge Campos é candidato à Prefeitura de Mesquita pelo PMDB. Os carros de som fazem ecoar pelas ruas da cidade o mesmo slogan que o povo de São Gonçalo ouviu em 2004.

Bem perto de Mesquita, no município de Belford Roxo, a propaganda do obstetra Alcides Rolin (PT), que já foi vereador e atualmente cumpre um mandato de deputado estadual, repete a frase e convoca a população a “chamar o doutor” nas urnas.

“Durante as campanhas eleitorais o plágio torna-se comum. Apoderam-se das idéias, dos arranjos musicais, das letras e ninguém é responsabilizado por isso. Como se tratam de políticos, uma classe tão desacreditada nesse país, esse tipo de coisa, esse comportamento antiético já não causa tanta estranheza”, afirma o sociólogo José Gilberto Ladeira.

Em Belford Roxo o plágio não é percebido apenas na campanha do candidato a prefeito pelo PT. Os postulantes a vagas na Câmara de Veadores usam e abusam de músicas de todos os gêneros, adaptando letras nada inteligentes. Do funk ao forró se ouve de tudo nas ruas da cidade.




segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Em nome de Deus

No fim de semana o prefeito Lindberg Farias (PT), foi fazer campanha numa igreja evangélica em Austim, uma localidade pobre da periferia de Nova Iguaçu, onde o abandono afeta a maioria dos moradores. Foi bem recebido pelos irmãos e pelo pastor que o chamou ao púlpito, deixando-o a vontade para dar o recado. Quem ouviu o bla-bla-blá não entendeu nada, pois o prefeito sempre se disse ateu, embora tenha sido visto algumas vezes num “terreiro” lá pelas bandas de Miguel Couto.

Um “irmão” que estava no templo, não para ouvir o sermão, mas para ter a oportunidade de encontrar o prefeito - a quem segundo ele, não via frente-a-frente desde a campanha de 2004 – para cobrar uma dívida antiga, esperou Lindberg na saída e mandou: “Prefeito, o Sr. Falou bonito, mas suas palavras não pagam o que ficou me devendo em 2004. Quero saber como faço para receber...

Sem jeito, Lindberg pediu para que ele o procurasse no gabinete para conversarem com mais calma, o que o “irmão” vem tentando há quase quatro anos. Em nome de Deus o “irmão” relevou e nessa segunda-feira foi à Prefeitura e, como sempre, não foi atendido.


No Serasa

Muitos servidores da Prefeitura de Nova Iguaçu continuam com restrição de crédito por conta da trapalhada da administração municipal, que descontava dos funcionários as parcelas dos empréstimos consignados e não repassava aos bancos.

Isso tem nome: apropriação indébita!

Outro calote

Mais uma empreiteira ficou no prejuízo e teve de parar as obras. A comunidade prejudicada dessa vez é do bairro São Lázaro. A empresa Farmo Construções foi contratada por R$ 1,498 milhão.

Ao relento

Essa mania que a Prefeitura de Nova Iguaçu tem de não pagar o que deve está prejudicando as famílias vítimas das chuvas de dezembro de 2006. Elas foram retiradas de suas casas em locais de risco e tiveram a promessa de que teriam direito ao chamado “aluguel social” até que as casas fossem reconstruídas em outro local. Por falta de pagamento as obras de construção de 132 moradias foram paralisadas e essas famílias podem ser despejadas a qualquer momento, porque o tal de “aluguel social” está alguns meses em atraso.

Marcando em cima

Fiscais do TRE apreenderam 117 placas irregulares e retiraram 36 adesivos em veículos, na sua maioria sem CNPJ, em operação realizada em Macaé para coibir propaganda irregular. A maior parte do material apreendido divulgava a campanha dos candidatos a prefeito Riverton Mussi Ramos (PMDB) e Silvio Lopes (PSDB).

Dá-lhe multa

Já em Duque de Caxias o Tribunal Regional Eleitoral multou em R$ 50 mil o candidato do PMDB à reeleição, o prefeito Washington Reis e em R$ 21.282,00 o candidato a vereador Ezequiel Domingues Lourenço (PDT), por propaganda extemporânea.




sábado, 16 de agosto de 2008

Desapropriações sob suspeita em Macaé

Prefeitura pagou mais de R$ 70 milhões por

imóveis de parentes de vereadores.

Dez decretos de desapropriação de imóveis emitidos pelo prefeito Riverton Mussi (PMDB) durante os exercícios de 2005, 2006 e 2007, adquirindo para o município áreas e prédios que pertenciam a parentes de vereadores e a um empresário estão sendo questionados na Justiça em ação popular impetrada pelo servidor público Rafael Carvalho Ramos, que também apresentou denúncia na 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva. Só essas desapropriações custaram aos cofres públicos mais de R$ 70 milhões.

De acordo com a denúncia apresentada ao Ministério Público foram desapropriados imóveis de familiares dos vereadores Marilena Garcia (PT), Luiz Fernando Borba, Paulo Antunes (PMDB), Chico Machado (PPS), do suplente João Sérgio de Lima (PMDB), do secretário-geral da Câmara Municipal, Nélio Nochi Emerick, do presidente da Associação comercial, Francisco Mancebo Agostinho e do secretário de Desenvolvimento Social, Jorge Tavares Siqueira.

O decreto que desapropria uma área que pertencia a Orlando Alves Machado, tio de Francisco Alves Machado Neto, o Chico Machado, é o que mais chama a atenção. Através dele o município adquiriu, por mais de R$ 42 milhões uma área de 456 mil metros quadrados, com a finalidade de “execução de planos de urbanização”. O decreto foi assinado no dia 25 de janeiro de 2006, mas nada foi feito na área até agora, a não ser uma exposição.

Os vereadores mencionados na denúncia deverão ser ouvidos pela Justiça nos próximos dias. Eles foram procurados para falar sobre o assunto, mas não foram encontrados. De acordo com o gabinete do prefeito, “as desapropriações foram feitas dentro da lei” para atender a interesses públicos. Na ação popular Rafael pediu que fossem suspensos os pagamentos ainda não realizados pela Prefeitura, mas liminar nesse sentido foi negada pela Justiça.

Tudo começou em 2005

Vistas como verdadeiras “ações entre amigos” as desapropriações começaram a ser feitas no dia 4 de julho de 2005, quando, através do Decreto 141/2005 a Prefeitura adquiriu, por R$ 1.124.424,50, uma casa pertencente a Nélio Emerick. Meses depois, por R$ 17.087.587,50, pelo Decreto 221/2005, assinado no dia 18 de outubro, foi desapropriado o prédio do Hotel Ouro Negro, da empresa Hotéis e Turismo Osório Ltda., da família do empresário Francisco Mancebo, enquanto a área do tio do vereador Chico Machado foi adquirida pelo Decreto 018/2005, de 25 de janeiro de 2006. Essa área, está na denúncia encaminhada à Promotoria, trata-se “imóvel consistente em uma área alagadiça, onde a municipalidade gastou mais de R$ 5 milhões em benfeitorias”.

Ainda em 2006 o prefeito Riverton Mussi fez mais duas desapropriações. Pelo Decreto 62/2006, de 18 de abril, a Prefeitura adquiriu, por R$ 1.298.871,00 um imóvel residencial que pertencia à família do vereador Paulo Antunes e no dia 7 de junho, através do Decreto 097/2006, foi desapropriada uma cada do vereador Luiz Fernando Borba, por R$ 1.090.436,02.

Cemitério para toda a população

No dia 8 de fevereiro de 2007 o beneficiado foi um irmão do vereador Luiz Fernando Borba. A Prefeitura resolveu construir, de acordo com a denúncia encaminhada ao Ministério Público, “um cemitério com capacidade para enterrar toda a população do município” e nesse dia o prefeito Riverton Mussi assinou o Decreto 022/2007, desapropriando, por R$ 3.153.834,19, uma área de 125 mil metros quadrados, propriedade de Benedito Pessanha. A área, localizada em Frade, na Região Serrana do Município, é parte da Fazenda Santana.

Já no dia 9 de março de 2007 o beneficiado foi Carlos Augusto Garcia Assis, filho da vereadora Marilena Garcia, que teve uma casa desapropriada através do Decreto -33/2007, por R$ 890 mil. Menos de um mês depois a Prefeitura desapropriou uma outra cada, imóvel que foi adquirido de Rodrigo Pereira Viana, Cunhado do secretário Jorge Tavares, o Jorjão, por R$ 307.824,00, enquanto que no dia 22 de maio o empresário Francisco Mancebo voltou a fazer negócio com o município. Pelo Decreto 091/2007 uma área rural de sua propriedade passou para a municipalidade por R$ 3.147.105,44.

O último aliado a ser beneficiado com a onda de desapropriações foi o suplente de vereador João Sérgio Lima. Pelo decreto 146/2007 a Prefeitura desapropriou uma casa por R$ 708.631,70.