Sustentar seus amiguinhos com salário de R$ 6 mil é mais importante que cuidar das encostas para evitar tragédias como a do Morro do Bumba. Jorge Roberto Silveira (PDT), o prefeito que diz ter um caso de amor com Niterói pensa assim
Um grupo seleto formado por 25 amigos e aliados do prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT) tem mais recursos no orçamento que o programa de obras de contenção de encostas, mesmo a cidade tenha áreas de extremo risco, como os morros do Céu e do Bumba e dezenas de pessoas têm morrido em desabamento causados por deslizamentos no início desse mês.
De acordo com orçamento aprovado pela Câmara de Vereadores para este ano, o Conselho Consultivo do Município, cujos membros têm salário fixado em R$ 6 mil mensais terá em 2010 um custo de R$ 2 milhões e o programa de contenção de encostas apenas R$ 50 mil, 44 vezes menos que a dotação destinada ao conselho. Para Claudio Gurgel, professor de Administração Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF, o município inverteu as prioridades.
“É verossímil afirmar que o governo municipal prefere inflar os gastos públicos com políticas que atendem a interesses individuas, em detrimento de investimentos em obras que, neste momento de tragédia, poderiam ter salvado dezenas de vidas”, afirmou Gurgel.
Reforma mal feita
Os vereadores do bloco de oposição têm criticado bastante a prioridade de investimentos nas gestões do prefeito Jorge Roberto, que está cumprindo o quarto mandato. Para Waldeck Carneiro (PT), “a priorização de recursos na criação de cargos comissionados e em projetos como o Caminho Niemeyer demonstram uma preocupação excessiva em acomodar aliados políticos e em ‘maquiar’ a cidade”.
Carneiro revela que o prefeito começou a inchar a máquina administrativa em 2009, com uma reforma administrativa que criou mais 260 cargos comissionados e 21 secretarias regionais, aumentando a folha de pagamento em cerca de R$ 10 milhões à folha de pagamento municipal.
O vereador lembra que as secretarias regionais teriam as atribuições de mapear os problemas das localidades, identificando áreas onde há risco à população e de gerir os investimentos aplicados em cada região, mas não foram capazes, por exemplo, de apontar a situação do Morro do Bumba, que estava diante dos olhos e ninguém viu.
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