segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Rachado e embolado

Quando a cúpula do PMDB impôs o nome do deputado Alair Corrêa à sucessão em Cabo Frio, obrigando o prefeito Marquinhos Mendes trocar de legenda para poder disputar a reeleição, pensou-se que o parlamentar estava mesmo com a corda todo e que seu nome era consenso geral e inquestionável. Agora, quando os números começam a revelar a verdade, mostrando que em política não existe pule de dez, percebe-se que o PMDB não é tão Alair assim. O que se ouve nos corredores do diretório maior do partido é que se arrependimento matasse não se teria forçado a barra em favor de Corrêa e Marquinho estaria peemedebista até hoje.

Sábado bati um longo papo com um homem forte do partido e este me contou que um dia antes o governo estadual fizera de tudo para que Alair não chamasse para si a responsabilidade de um convênio firmado com a Prefeitura , estabelecendo uma parceria para investimentos em obras no município. O encontro aconteceu em Maricá, município que também firmou a parceria. No protocolo de intenções assinado entre Cabo Frio e o estado, figurou como testemunha o deputado Paulo Mello, líder do governo na Alerj. No convênio de Maricá a testemunha é o deputado Tucalo Dias. Alair nem ficou sabendo do que se tratava, essa é a mais pura verdade, mas depois de informado, apressou-se em alardear-se pai da criança, embora, entre quatro paredes tenha esmurrado a mesa e dito alguns palavrões seguidos do nome do governador Sérgio Cabral.










domingo, 30 de dezembro de 2007

A morte do senador

Um senador está andando tranqüilamente quando é atropelado e morre. A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada.

-Bem-vindo ao Paraíso!; diz São Pedro.

-Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você.

-Não vejo problema, é só me deixar entrar, diz o antigo senador.

-Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: Você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.

-Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o senador.

-Desculpe, mas temos as nossas regras.

Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo. Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar.

Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas.

Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe. Ele sobe, sobe, sobe e porta se abre outra vez. São Pedro está esperando por ele. Agora é a vez de visitar o Paraíso.

Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.

-E aí ? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna. Ele pensa um minuto e responde:

-Olha, eu nunca pensei... O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.

Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos. O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.

-Não estou entendendo - gagueja o senador. Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados!

O Diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:

-Ontem estávamos em campanha. Agora, já conseguimos o seu voto...”

O texto acima não é da autoria deste jornalista. É uma piadinha que me foi contada, mas, cá para nós, ilustra bem relação político-eleitor. Como em 2008 teremos eleição para prefeito e vereador, é bom refletirmos sobre o assunto.

Um balcão de...

Dez entre dez iguaçuanos não acreditam no rompimento do deputado Rogério Lisboa (DEM) com o prefeito Lindberg Farias (PT) e apostam que os dois estão e continuarão juntos até que uma derrota nas urnas os separe.

... apostas e...

As apostas também envolvem os vereadores do DEM, a maior bancada na Câmara de Nova Iguaçu, formada por representantes de si mesmos e nunca do povo.

... de negócios

É impossível imaginar que Marcos Fernandes, Marcos Rocha, Fernando Baiano, Chiquinho da Ambulância, Birro, Zé Minheiro e outros consigam viver sem as boquinhas e outros quebra-galhos do Governo .

Cabide quebrado

Os vereadores Fernando Cid e Carlos Ferreira, o Ferreirinha do PT estão muito chateados com seus colegas da Câmara de Nova Iguaçu. É que os dois eram os maiores interessados na criação de 300 cargos de confiança na estrutura da Prefeitura, onde pretendiam empregar seus cabos eleitorais. Eles já tem muitas boquinhas no Governo, mas estavam querendo mais.




quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Eles tiram os outros por si

Quem acompanha minha carreira sabe muito bem que assumo o que faço e que não preciso me esconder à sombra de ninguém. Também sabe que ajudei, e muito, o “coronelzinho” Lindberg Farias eleger-se prefeito de Nova Iguaçu, assim como sabem que horas após sua posse no dia 1º de janeiro de 2005, o avisei que estaria no pé dele, mostrando o que de errado houvesse, até para que ele pudesse fazer as devidas correções. É que eu já sabia que Francisco José de Souza, o Chico Paraíba, Fausto Severo Trindade, Antonio Neiva e Stela Aranha seriam os manda-chuvas e ele, o “Lindinho” aclamado nas urnas, não passaria de uma espécie de “Rainha da Inglaterra”.

Pois bem, esse quarteto só fez besteiras. Mandava em tudo, inclusive no dinheiro destinado aos setores de Saúde e Educação, onde aconteceram as coisas mais absurdas, como a farra das cooperativas, os muitos contratos sem licitação que transformaram a Prefeitura de Nova Iguaçu num imenso escoadouro de dinheiro público. Foi essa gente que inventou uma tal de Lastro, empresa que, de uma vez só, vendeu para a Secretaria de Saúde R$ 1,8 milhão em receituários que nunca chegaram aos postos médicos, nos quais, por sinal, também não costumam chegar medicamentos nem material de consumo.

Não é segredo para ninguém que de janeiro de 2005 a dezembro do ano passado o município recebeu do Governo Federal, só para o setor de Saúde, cerca de R$ 200 milhões. Pois, esse quarteto convenceu ao prefeito de que se poderia fazer tudo com esse dinheiro. Assim o fizeram. Aliás, fizeram tudo, menos dar aos recursos a destinação correta, que seria investir na melhoria dos serviços na rede municipal de Saúde, setor que piorou bastante nos últimos dois anos e que, segundo Lindberg dizia na campanha eleitoral de 2004, não funcionava direito porque só tinha ladrão na Prefeitura. É assim que essa gente age. Aponta o dedo, acusa e maltrata os que não rezam pelo seu credo. Para Lindberg e os seus, quem não está do lado deles não presta, não vale nada. É que eles julgam os outros por si mesmos.

Hoje bati um longo papo com um médico, gente íntegra, pessoa de grande competência e honesta, que, quase chorando me disse do quanto essa administração afundou o Hospital da Posse. Disse-me que o tal coronel Laranjeiras, o homem, que, dizia Lindberg, daria jeito naquela unidade geral, chegou por lá pisando em todo mundo, se julgando o ser mais correto do mundo. Falou-me o médico que com a saída do coronel entrou a turma da professora Marli de Freitas, pisando forte e desconfiando de todos, como se estivesse cercada de bandidos.

Pois é, eles são assim...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O importante é não perder a boquinha

Na semana passada o prefeito Lindberg Farias (PT), o “coronelzinho” de Nova Iguaçu levou “um dedo de prosa” com o deputado Rogério Lisboa (DEM). Falaram sobre o rompimento, discutiram a decisão tomada por Lisboa de não ser mais o candidato a vice-prefeito. Rogério não teria aceitado os apelos feitos por “Lindinho” e mantido firme a posição de ser candidato a prefeito em 2008, mas avisou que a separação não seria “litigiosa” e que não se criaria maiores problemas na Câmara de Vereadores para o prefeito, em nome de uma tal governabilidade.

O titular da coluna entendeu muito bem essa conversinha de compadres e vai explicá-la para os leitores:

O DEM – que tem nove vereadores – ocupa centenas de boquinhas na Prefeitura, coisinha pouca de uns 500 cargos de confiança e não quer largar o osso, pois Rogério e seus comandados não teriam onde abrigar seus cabos eleitorais. Então ficou assim: para não aparecer mal diante da opinião pública – já que fez questão alardear para todo mundo que havia brigado com o prefeito – Lisboa manterá um racha combinado. Só engrossará o caldo se o prefeito demitir o seu pessoal, o que não acontecerá, pois, como já dizia meu avó, quem tem... tem medo.

Conheço muito bem o deputado e posso garantir aqui que tudo não passou de encenação. Nada de novo vai acontecer. Os vereadores do DEM ficarão caladinhos como sempre e Lindberg Farias seguirá pisando no vergonhoso Legislativo iguaçuano, formado por uma maioria que não enxerga nada além dos próprios interesses.

Vantagem

Se Rogério Lisboa manter mesmo sua candidatura a prefeito de Nova Iguaçu, o deputado Nelson Bornier (PMDB) terá três vezes mais tempo na televisão que Lindberg Farias (PT).

Festa

Começou o foguetório no Hospital da Posse. A turma da professora Marli de Freitas vai sair de campo, já que ela está sendo substituída na Secretaria Municipal de Saúde por Henrique Jonhson.

Pois é...

Essa é da minha amiga Cláudia Maria: “Lembram daquele assessor desastrado do general? Acertou quem falou Neiva. Ele foi derrotado nas eleições para presidência do diretório do PT no Rio. O novo presidente é Alberis Lima, um petista orgânico dos velhos e bons tempos do partido. Mais uma derrota no currículo de Neiva. Ele foi um dos que aconselhou Lindberg a apoiar Jorge Marotte para a Câmara pensando que seria fácil de controlar o vereador. Ledo engano.

Pois é, só nos resta dar parabéns ao Alberis.”

Também acho!

...isso mesmo

E essa é do Almeidinha: “Na manhã de sábado não se falava de outras coisas nas rodas políticas. Antônio Neiva, Francisco de Souza e Fausto Severo Trindade seriam os responsáveis que convenceram Lindberg oferecer a vice ao Sérgio Cabral.”

Também é esse o trio responsável por grande parte dos escândalos denunciados em Nova Iguaçu.

De crista baixa

Artur Messias, um bom rapaz que nunca deveria ter se envolvido com política na vida, fez uma reunião com os servidores do município de Mesquita, onde, por acaso, está prefeito.

Quem esteve lá percebeu que o petista está se comportando como quem sabe que não tem a menor condição de se reeleger.

A mesma coisa...

Nos próximos dias a prefeita de Belford Roxo, Maria Lúcia dos Santos, deverá comunicar ao PMDB que não pretende disputar a reeleição, deixando a vaga para ex-vice-prefeita, a deputada Sula do Carmo.

De fora

O ex-prefeito de São João de Meriti, Antonio Carvalho, diz que não quer mais saber de disputar eleição. No máximo admite apoiar a candidatura de um filho a vereador.

Desistência

O PMDB já dá como certa uma aliança com o PT na disputa pelo poder em São Gonçalo. Altineu Cortes deverá apoiar a candidatura de Edson Ezequiel.






domingo, 23 de dezembro de 2007

Cadê o dinheiro do mini-hospital?

Comunidade de Miguel Couto quer saber onde Lindberg enviou a verba liberada para a construção da unidade de Saúde.

A população do bairro Miguel Couto em Nova Iguaçu ainda não tem um mini-hospital porque o prefeito Lindberg Farias (PT) ignorou verba de R$ 1.050 milhão que recebeu do Governo Federal. Pelo menos é isso que diz o extrato de convênio número 27152005 emitido pelo Fundo Nacional de Saúde. Lindberg assinou o convênio no dia 30 de dezembro de 2005, mas, até agora, as obras não começaram e ele sequer deu explicações sobre o assunto. Há quem acredite que o um dos motivos é o responsável pela liberação da verba: o deputado federal Nelson Bornier. O outro motivo seria o fato de o mini-hospital ter sido sugerido pelo vereador Celso Valentim, líder do bloco de oposição, através de uma indicação votada pela Câmara no dia 1º de janeiro de 2005, logo após a posse dos vereadores.

Na primeira cláusula do convênio assinado pelo prefeito, consta que “O presente convênio tem por objetivo dar apoio técnico financeiro para construção de mini-hospital (bairro Miguel Couto) visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (Sus), conforme especificações técnicas constantes do Plano de Trabalho que passa a fazer parte integrante do presente termo.

Há muito tempo moradores do bairro reivindicam a construção do mini-hospital. O vereador Celso Valentim já tinha denunciado o pouco caso do prefeito em outras ocasiões, mas, ficou sem resposta do Executivo. Há poucos dias o prefeito esteve no bairro Miguel Couto e garantiu para a população que o pequeno posto que existe no local será restaurado para funcionar 24 horas. No entanto, não falou nada sobre a construção do mini-hospital.

Atualmente, a única opção para os moradores do bairro é seguir até o Hospital da Posse. “Esperamos muito por essa obra e queremos uma explicação do prefeito. Vamos reunir um grupo e ir até a Prefeitura para saber o que está acontecendo. Afinal, se o dinheiro não vem, onde foi parar. Acredito que a população de Miguel Couto merece saber o que aconteceu. Esse dinheiro é nosso”, ressalta o morador Jefferson dos Santos.

Mesquinharia prejudica comunidade

Neste domingo estará completando dois anos que o dinheiro para a construção do mini-hospital de Miguel Couto foi liberado pelo Ministério da Saúde, mas a disponibilização da verba não garantiu até agora o início da obra, que uma antiga reivindicação dos moradores, manifestada na primeira indicação legislativa de 2005, de autoria do vereador Celso Valentim. Se o mini-hospital não for construído a Prefeitura terá de devolver o dinheiro ao Governo Federal.

Para algumas lideranças comunitárias o prefeito Lindberg Farias está prejudicando os moradores, pois recusa fazer a obra pelo fato de o recurso necessário para a construção ter sido conseguido pelo deputado Nelson Bornier e a indicação feita pelo vereador Celso Valentim – que tem denunciado várias irregularidades administrativas.

“Lindberg Farias está externando toda a sua mesquinharia política ao não se movimentar para realizar a obra. Isso é pensar pequeno demais. O prefeito deveria é agradecer ao deputado pela liberação do recurso e parabenizar o vereador pela indicação da obra”, entende um comerciante da localidade. Para ele o prefeito deveria ter mais respeito pela população.




quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Lagrimas eleitoreiras


Tenho 26 anos de profissão, 23 dedicados a cobertura política. Já vi de tudo nesse país, onde a disputa pelo poder não envolve escrúpulos nem lealdade. Vi, por exemplo, uma viúva eleger-se prefeita sem pronunciar uma palavra sequer. Foi na Baixada Fluminense, mais precisamente no município de Belford Roxo, em 1996. O prefeito Jorge Júlio Costa dos Santos fora assassinado um ano e meio antes e um grupo de oportunistas resolveu lançar a esposa dele, Maria Lúcia Neto dos Santos, uma dona-de-casa que jamais pensara em atuar politicamente, muito menos ser prefeita de uma cidade cheia de problemas e de recursos parcos. O grupo a convenceu e lá foi Maria Lúcia pelos palanques da vida... Sem intimidade com as palavras, limitava-se a lembrar do marido, lavando de lágrimas um cadáver transformado em cabo eleitoral. Ela chorou tanto que seus lamentos comoveram o povo que a elegeu logo no primeiro turno. A administração foi um desastre. Tanto que em 2000 ela acabou massacrada nas urnas por um candidato que nunca havia pisado antes na cidade.

Narro agora essa história para exemplificar o que um grupo, interessado em manter seus interesses particulares, estaria preparando para Cabo Frio, se o chefe não tiver forças suficientes (eleitoral) e condições (jurídicas) para manter-se candidato a prefeito. Estou falando do deputado Alair Corrêa e seus aliados, gente – que desesperada pela queda nas pesquisas de intenção de votos – leva a disputa ao nível mais baixo.

Dia desses li no jornal do deputado, logo na primeira página, uma apelação de muito mau gosto. Não se tratava de uma viúva, mas de uma mãe lembrando a morte trágica de seu filho. Quem leu a matéria pode ter concluído, assim como eu, que o grupo não pensará duas vezes em substituir Alair pela esposa, mãe dedicada e zelosa, uma mulher – como milhares de outras – que ainda chora e chorará por toda a vida, a perda de um filho, externando sua dor. O texto falava em traição e sendo assim, resta perguntar: O que é traição para essa gente?

Nunca troquei uma palavrinha sequer com o prefeito Marquinhos Mendes. Só o vejo por fotografias. De sua vida pública (a particular não me interessa) sei apenas que foi vereador, deputado estadual, vice-prefeito e que em 2004 foi eleito prefeito com apoio de Alair, que certamente imaginou que estaria colocando um fantoche na cadeira que ocupou durante oito anos consecutivos.

Confesso que sei muito pouco ou quase nada sobre a política de Cabo Frio, mas se Alair diz que Marquinhos o traiu por ter decidido disputar a reeleição, afirmo que não houve traição alguma, pois o atual prefeito tem todo direito de desejar manter-se no cargo, submetendo essa vontade aos eleitores que, democraticamente, darão a resposta nas urnas. Baixaria não é o que o povo quer ver. Os eleitores esperam é por um debate claro de idéias. Também, acredito, o povo não gostaria de assistir a um espetáculo deprimente, de ver uma mãe chorando e suas lagrimas usadas para sensibilizá-los, preparando o terreno para um discurso nada criativo, versando sobre essa tal traição que ninguém sabe ao certo qual é.






segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Agora são três contra um







Racha com o DEM enfraquece ainda mais o PT em Nova Iguaçu

e o município já tem quatro pré-candidatos a prefeito.

O presidente nacional do Democratas (ex-PFL), deputado federal Rodrigo Maia anunciou total apoio a decisão de seu colega de bancada e presidente regional do partido, Rogério Lisboa, de romper a aliança com o PT em Nova Iguaçu e lançar-se na disputa pela Prefeitura em 2008. É que Lisboa não gostou do fato de o prefeito Lindberg Farias (PT) - que vai tentar a reeleição - ter convidado o também deputado federal Felipe Bornier, filho do maior adversário do grupo, Nelson Bornier, para compor a chapa como vice e decidiu pelo rompimento. Antes de Felipe, Lindberg já havia convidado o deputado estadual Mário Marques, a quem derrotou nas urnas em 2004. Com o racha, Lindberg pode ter perdido o apoio de nove vereadores do DEM e de pelo menos outros três de legendas distintas, o que aumentaria o bloco da oposição, que, se confirmado o rompimento, passará a ter 18 membros.

“Serei candidato a prefeito. Nunca pensei de forma diferente. O PMDB tem compromisso com o povo de Nova Iguaçu e queremos devolver a cidade aos iguaçuanos. Nunca existiu e não existe a menor possibilidade de meu filho ser companheiro de chapa de Lindberg. Aliás, nem domicílio eleitoral em Nova Iguaçu o Felipe tem”, afirmou o deputado Nelson Bornier.

Lindberg apelou para Sérgio Cabral

O rompimento de Rogério Lisboa com Lindberg só aconteceu porque o prefeito, preocupado com sua reeleição, foi procurar o governador Sérgio Cabral e ofereceu ao PMDB ou a qualquer outro partido a ser indicado por Cabral, a vaga de vice-prefeito, em troca de uma composição que tirasse do caminho de Lindberg o deputado Nelson Bornier, que tem liderando as pesquisas de intenção de votos. No encontro o prefeito ouviu do governador que Nova Iguaçu tem todo apoio do governo estadual naquilo que for de real interesse da população, mas que o compromisso político é com Nelson Bornier, que será o nome que o PMDB levará à convenção que vai definir a candidatura do partido à Prefeitura iguaçuana.

Informado do encontro e do assunto tratado, o deputado Rogério Lisboa – re-vela uma fonte a ele ligada – procurou Lindberg e o questionou sobre o oferecimento da vaga de vice-prefeito. “Lindberg explicou a Rogério que o que ele estava buscando era sua elegibilidade, que precisa se reeleger para pleitear, no futuro, uma possível candidatura a governador. Rogério então avisou ao prefeito que a partir daquele momento estaria fora do governo”, afirmou a fonte.

O rompimento de Rogério Lisboa com Lindberg Farias foi recebido com satisfação por setores do PT, que nunca aceitaram a aliança com o DEM e defendem que a professora Marli de Freitas (titular das secretarias de Saúde e Educação) seja a companheira de chapa de Lindberg na eleição de 2008.






Uma senhorita chamada Suely

Ela é o que se pode chamar de “ilustre desconhecida”. Nasceu Suely Santana da Silva, mas ganhou do ex-deputado Enéas Carneiro - aquele careca engraçado que tornou-se conhecido no Brasil inteiro pelo bordão “Meu nome é Enéas!” - o nome de Senhorita Suely. Graças a amizade com o Dr. Enéas, foi eleita vereadora no Rio, pelo extinto Prona, em 2004. Na Câmara carioca entrava muda e saia calada do plenário, mas a popularidade de Enéas voltou a ajudá-la no ano passado: ela conseguiu, com 23.349 votos, uma vaga de deputada federal. É do Rio, mas nada faz pelo estado que a elegeu. Lá em Brasília, onde nunca usou a tribuna, gasta o tempo fazendo emendas em favor de São Paulo, ignorando os votos que teve em Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Niterói e São Gonçalo. Graças à Senhorita Suely os municípios de Cachoeira Paulista, São José do Barreiro, Suzano, Capão Bonito, Dracena, Vinhedo, Onda Verde, Fartura, Juquiá, Ourinhos, Limeira, Piquete, Pereira Barreto, Piraju, Porto Feliz e Redenção da Serra vão receber R$ 8 milhões do orçamento da União para implantar unidades médicas e educação básica. Como esse pessoal inserido na vida pública pelo Prona (agora fundido com o PL e batizado de PR) é meio esquisito, ela deve ter lá suas razões pessoais para ignorar as necessidades do seu estado, mas aos eleitores do Rio de Janeiro cabe guardar bem o nome dessa senhorita para fazer justiça nas urnas. Que ela então vá pedir votos em São Paulo, já que nada acrescenta ao nosso estado.

Ele diz que...
O deputado Rogério Lisboa (DEM) reuniu os vereadores do seu partido e membros do PV. Avisou que está mesmo disposto a disputar a Prefeitura de Nova Iguaçu e que não aceitará explicações ou pedidos de desculpas do prefeito Lindberg Farias, de quem seria companheiro de chapa na eleição de 2008.

...é para valer
Aos vereadores Rogério disse com firmeza que quem quiser continuar no partido terá de votar de acordo com as orientações do DEM. Resta saber se os nove parlamentares, donos de várias boquinhas e destinatários de outros agrados do governo vão levar isso em conta na hora da verdade.

E a fila...
Quem está gostando desse rompimento é a turma do PSDB. O ninho está cheio de tucanos de bicos abertos esperando as migalhas que poderão cair da mesa desocupada pelo DEM.

...anda
Aliás, o secretário de Governo Maurílio Manteiga está empolgadíssimo. Já teria feito até uma lista dos nomes que poderão ser abrigados se esse racha realmente se confirmar.

Rabo de cavalo
Um assessor que costuma sentar à mesa com o prefeito Lindberg Farias disse ao titular da coluna que o “patrão” não está nada satisfeito com os resultados das pesquisas de intenção de votos encomendadas depois que sua administração torrou R$ 5 milhões em propaganda. O colaborador revelou que Lindberg está realmente crescendo, mas como rabo de cavalo.

Mais grana
Como os números não são favoráveis, não será surpresa se Lindberg decidir gastar mais R$ 5 milhões - do povo, é claro - para tentar crescer nas pesquisas.

Por falar em pesquisa
Guardem nem esse nome: IECOM. Um analista amigo da coluna alerta: o que vai surgir de “lanterninha” aparecendo nas cabeceiras nas pesquisas de intenção de votos não está no gibi. Tem consultas para todos os gostos sendo “feitas” por aí.

De bem
O deputado Paulo Melo e o prefeito de Araruama, Chiquinho do Atacadão, quer dizer, da Educação, não são mais inimigos. Chiquinho até já abriu umas boquinhas na Prefeitura para selar a paz.
Isso que é amizade sincera e desinteressada!

Beicinho
Paulinho Paixão, vereador de Mesquita que acha que pode ser prefeito mesmo sem ter votos para isso, está muito chateado com o PMDB que leva a disputa mais a sério. Paulinho preparava uma aliança disfarçada, lançando uma candidatura combinada como a que o PSDB quer fazer em Nova Iguaçu, para ajudar o PT do prefeito Artur Messias. O resultado foi uma intervenção no diretório, que agora defende a candidatura do vereador Jorge Campos.






domingo, 16 de dezembro de 2007

Como não ser enganado nas eleições

O título desse artigo é também o de um livro escrito pelo jornalista Gilberto Dimenstein em 1994. Em sua obra ele chama a atenção do eleitor para não se equivocar na hora tão importante do voto. Mesmo escrito há mais de 10 anos, o livro é bastante atual. Pelo jeito, pouca gente leu ou quem leu não chegou a alcançar a idéia principal do escritor e continua teimando em votar errado. Se não fosse assim, não teríamos tantos políticos mediócres como podemos detectar hoje em dia. Mas, se o livro não servir para uma reflexão, pelo menos, é uma boa leitura. Vamos ver alguns trechos:

“Você sabe que um candidato é mentiroso e tenta enganá-lo quando:- 1- Tem soluções para todos os problemas e, pior, tentar provar que há recursos e que é possível resolvê-los todos se for eleito; 2- Diz que vai realizar mais obras e prestar mais serviços (aumentar mais as despesas) e, ao mesmo tempo, afirma que vai reduzir os impostos, ou mesmo que não vai aumentá-los; 3- Gasta mais tempo em criticar os adversários e as propostas deles do que na defesa de suas próprias idéias”. (Ronald Kuntz, especialista em Marketing Político).

Tenho certeza de que cada um que ler o texto acima vai se lembrar de algum candidato em especial. No meu caso, me lembro de vários. Mas, o que mais me chamou a atenção nos últimos tempos foi o discurso eleitoral de um então candidato a prefeito que prometia criar o “kit reboco”. Tratava-se de pintar a fachada de todas as casas da cidade o que significava, na prática, cerca de 400 mil domicílios.

“Uma velha máxima diz que, na publicidade, não existe verdade: existe a imagem, a impressão da verdade, que pode muito bem ser uma mentira. Em outras palavras ‘não é o que você diz, é o que o outro entende’. Não é à toa que a política, área em que a verdade nunca foi prioritária, casou tão bem com a publicidade”. (Nelson Sá, jornalista e crítico de televisão, autor do texto “A Mentira e a Televisão”, constante do livro “Como não ser enganado nas eleições”).

“A impressão da verdade”. Essa realmente é uma frase que devemos guardar com cuidado. Quando o político está nas ruas pedindo votos, apertando mãos e segurando criancinhas no colo, o que vemos é a impressão da verdade. Só poderemos analisar com um pouco mais de dados esse candidato, quando ele estiver discursando. Ele ou ela, vai deixar pistas que precisamos seguir para não cairmos na armadilha eleitoral que aprontam para a gente.

“Se todos nós votássemos com mais razões e menos emoção, procurando ver o que representam e quem são realmente os candidatos, o que eles fizeram e falaram no passado, certamente teríamos um Brasil melhor”. (Boris Casoy, é jornalista e apresentador de telejornal; escreveu o artigo “A arte de enganar” que também faz parte do livro em questão). Essa é também uma boa dica. Procurar os discursos do passado do candidato em questão é uma boa pista. Se ele mudou demais então é bom acender o sinal de alerta. Coerência é uma qualidade que devemos procurar no político.






segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

R$ 8 mil por um ar-condicionado

A Prefeitura de Nova Iguaçu comprou 12 aparelhos condicionadores de por R$ 04 mil. Em loja de eletrodomésticos o município poderia ter economizado R$ 66 mil.

Quanto custa um aparelho de ar-condicionado? Pesquisando bem é possível comprar condicionadores de ar de várias marcas, modelos e tamanhos, a preços que variam entre R$ 766 a R$ 3.200,00, mas se a compra for feita na empresa WQ - Comércio de Material de Escritório e Serviços e o cliente for a Prefeitura de Nova Iguaçu, um aparelho pode sair a exatos R$ 8.733,33.

Pelo menos é o que está claro no Processo 2007/149281 - Pregão - Licitação 102/CPL/07, homologado no dia 22 de novembro pelo secretário municipal de Cidade, Hélio Aleixo da Silva, autorizando a despesa. O despacho do secretário destaca como objeto a “aquisição de 12 aparelhos condicionadores de ar, no valor global de R$ 104.799,96, em favor da empresa WQ - Comércio de Material de Escritório e Serviços Ltda.”

O despacho não especifica o modelo, a marca nem o tamanho dos aparelhos adquiridos, mas o blog fez uma pesquisa de mercado e constatou que pelo valor unitário verificado na licitação vencida pela WQ, a Prefeitura poderia comprar, no Ponto Frio, por exemplo dois aparelhos Consul, modelo split, de 29 mil BTUS e ainda sobrariam mais de R$ 2.300,00. Se o secretário Hélio Aleixo tivesse se dado ao trabalho de consultar os sites das grandes lojas na Internet ou lido os anúncios publicados nos jornais, com os mesmos R$ 104 mil comprometidos com a WQ, poderia ter comprado 32 aparelhos de 29 mil BTUs e mais um de 12 mil BTUs. Se a compra dos 12 aparelhos tivesse sido feita no Ponto Frio o município teria gasto R$ 38.399,88 e economizado R$ 66.400.88. Hélio foi procurado para falar sobre a licitação, mas não retornou os contatos.




terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Será que eles têm mãe?


O imbecil do chefe da Polícia Civil no estado do Pará, um tal de Raimundo Benassuly, não deve ter mãe, irmã, esposa ou filha. Do contrário não teria tentado desqualificar a menor que uma outra “autoridade” policial imbecil, arbitrária e inconseqüente, permitiu que fosse trancada em uma cela com 20 homens, na delegacia de Abaetetuba. Raimundo afirmou em alto e bom som, na tentativa de defender o subordinado que fez a besteira, que a menina tinha “alguma debilidade mental,” porque não revelou, ao ser detida, sua menor idade penal. Quer dizer que se ela fosse de maioridade poderia ser presa numa cela cheia de homens?

É triste saber que existem autoridades como essa, delegados que achem não ser nada demais trancar uma detenta com homens. É lamentável saber que não foi a governadora paraense, Ana Júlia (PT), que tomou a iniciativa de demitir Raimundo. Ele entregou o cargo, ela aceitou e ainda o agradeceu “pelos bons serviços prestados” ao longo dos 11 meses em que comandou a Polícia Civil daquele estado.

Durante a semana passada surgiram outros casos. Pelo menos outras cinco mulheres contaram que foram trancafiadas com homens nas celas dessa mesma delegacia que agora, promete a governadora, será demolida. Será que isso vai resolver o problema, acabar com essa arbitraridade? Claro que não. O problema está na cabeça dessas ditas “autoridades”, que julgam estar acima do bem e do mal.

O que se pode esperar de uma polícia comandada por um delegado como esse tal de Raimundo?

Empolgado

O prefeito de Búzios, Toninho Branco (PMDB), ganhou uma injeção de ânimo no último final de semana. Mostraram a ele uma pesquisa de intenção de votos que sugere que o ex-prefeito Mirinho Braga não é nenhum “bicho-papão”. Aliás, o que tem de “mito” caindo na Região dos Lagos não está no gibi.

Bola murcha 1

Paulo Lobo já não é mais aquela força política em São Pedro da Aldeia. Embora ainda seja prefeito, nenhum dos pré-candidatos a sua sucessão está buscando o apoio dele.

Bola murcha 2

Quem vê hoje o vereador Carlos Ferreira (PT) não imagina que está diante de um dos mais atuantes membros da Câmara de Nova Iguaçu em um passado recente. É que Ferreirinha, como ele é chamado, entra mudo e sai calado das sessões. Ele nem espera o final. Baixa a cabeça e sai de fininho. Dizem que seu silêncio é causado pela vergonha de defender o (des) governo Lindberg Farias, uma administração marcada por um escândalo atrás do outro.

Reforma e confusão

E por falar no (des) governo iguaçuano, a confusão já está formada no Palácio das Almas. É que Lindberg pediu que os membros do primeiro escalão interessados em disputar a eleição para vereador deixem os cargos até o dia 31 deste mês, embora o prazo para desincompatibilização seja 31 de março. Muitos foram pegos de surpresa e ainda não pensaram no substituto. Por conta disso secretarias importantes podem fugir das mãos do PT.

Procura-se

A população de Japeri quer saber por onde anda o prefeito Bruno da Silva. Dizem que há muito tempo o homem não é visto na cidade.

Tá na vez

Antonio Marcos, do PSC, vereador que não deixa nada passar em branco lá pelas bandas de Casimiro de Abreu, já reuniu mais três partidos para somar com ele na disputa pela Prefeitura.

Na luta 1

A cada final de semana a ex-prefeita Narriman Felicidade visita um bairro diferente de Magé. Tem gasto muita saliva e sola de sapato. Quer voltar a governar a cidade.

Na luta 1

Quem também está na pista é o ex-prefeito de Guapimirim, Ailton Rosa Vivas. Ele está mesmo disposto a bater de frente com um “trem” chamado Nelson Costa Mello, o Nelson do Posto.






segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Um palanque caro demais


Promotoria quer saber se prefeito de Nova Iguaçu está usando dinheiro público para fazer campanha eleitoral em eventos da Igreja Católica.

O Ministério Público vai receber, ainda está semana, pedido para investigar um convênio firmado entre a Prefeitura e a Cáritas Diocesana de Nova Iguaçu, no valor de R$ 4.184.481,00, com a finalidade de “realizar grupos reflexivos com jovens e formar agentes de prevenção da violência”.

O convênio - que foi assinado no dia 18 de setembro, há menos de dois meses do encontro Fé e Política, realizado nos dias 10 e 11 de novembro no Sesc de Nova Iguaçu, evento que teria servido de palanque eleitoral para o prefeito Lindberg Farias (PT) - foi colocado sob suspeita por um grupo de vereadores, que quer saber se o prefeito está usando os encontros da igreja para fins eleitorais. Além dos mais de R$ 4 milhões do convênio Lindberg liberou R$ 307.700,00 para o encontro Fé e Política e alugou 400 ônibus para transportar os participantes. No dia 10, na abertura, Lindberg discursou para cerca de cinco mil pessoas e falou maravilhas sobre sua administração. Além de chamar a atenção dos vereadores, a liberação de altos valores para a Cáritas Diocesana provocou a revolta de alguns pastores.

Discriminação

Os evangélicos chegaram a distribuir um documento, no qual se queixam de discriminação por parte de Lindberg Farias. “Sempre soubemos das ligações entre o Partido dos Trabalhadores e a Igreja Católica e aqui em nosso município não é diferente. O prefeito contratou a Cáritas para realizar grupos reflexivos com os jovens. Será que nossas instituições (igrejas e convenções) não estão qualificadas para também receber a mesma atenção por parte do prefeito, para realizarmos a capacitação dos jovens e encontros de fé e política? Será que não temos valor e competência? Por que esta discriminação?”, indaga os evangélicos na carta aberta distribuída nas igrejas.

“Nossa igreja ajudou bastante o prefeito durante a campanha eleitoral. Fizemos várias reuniões com a presença de Lindberg que dizia que teríamos um papel importante na administração dele. Agora constatamos que não temos importância alguma. A prova disso está no fato de ele fazer tudo com a participação direta da Igreja Católica, nos deixando de fora de tudo, embora saibamos de nossa capacidade para ajudar, por exemplo, na formação dos grupos reflexivos, para os quais ele contratou a Cáritas por mais de R$ 4 milhões” , lamenta um líder das Assembléias de Deus.

Câmara fica calada enquanto contratos e

convênios estranhosconsomem recursos

Desde janeiro de 2005, segundo levantamento dos vereadores do bloco de oposição, a Prefeitura já gastou mais de R$ 50 milhões em convênios e contratos nada claros, mas que não são questionados porque o prefeito Lindberg Farias conta com apoio de 15 dos 21 vereadores e qualquer tentativa de investigação é derrubada pela tropa-de-choque do prefeito, que permite que o governo municipal gaste o que quer e como quer

No último dia 29, por exemplo, foi publicado no Diário Oficial, com data de 23 de outubro, um termo aditivo prorrogando o contrato da empresa Premier Comércio de Alimentos e elevando o valor em mais R$ 5.910.416,28. Esse é o quinto aditivo que o contrato recebe, sem que até hoje os vereadores tenham procurado saber quanto essa empresa já recebeu e que fornecimento ela efetivamente faz para a secretaria municipal de Saúde.

As ongs também tem faturado alto no município. No dia 26 de outubro, através da secretaria municipal de Educação, a Prefeitura assinou um convênio com a Ong Avenida Brasil - Instituto de Criatividade Social, para instituir o programa Cinema Escola em algumas unidades da rede municipal de ensino. O convênio é de R$ 1,5 milhão e tem validade de um ano.

Um outro convênio visto como “muito estranho” é o que foi assinado pela Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (Fenig), com a Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab), no valor de R$ 196.979,00, para “execução de projeto de diagnóstico de perfil de beneficiários, consumidores, com vistas à implantação do programa Piloto do Leite de Nova Iguaçu”. Esse convênio foi assinado no dia 3 de setembro.



No dia 13 de setembro, através da Fenig, a Prefeitura liberou R$ 307.700.00 para a Cáritas promover o encontro Fé e Política. No dia 18 do mesmo mês foi assinado o convênio de R$ 4,1 milhões. Nesse mesmo dia foi publicado o aviso de licitação para o aluguel de 400 ônibus para transportar os participantes do evento.

Uma zona franca em Cabo Frio

Operadora Costa do Sol, Álcalis, estado e município se unem para garantir o desenvolvimento sustentável.

Transformar o município de Cabo Frio numa espécie de Zona Franca, com a instalação de empresas do setor de montagem de produtos eletrônicos numa área de 2,5 milhões de metros quadrados, é o principal objetivo de uma parceria entre o governo estadual, Prefeitura, Companhia Nacional de Álcalis e a empresa Costa do Sol (que opera o aeroporto da cidade) é o mais ousado projeto para garantir o desenvolvimento sustentável da cidade, com geração de emprego e renda.

O anúncio foi feito pelo secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ricardo Valentim Azevedo, o Kaká. O projeto, enfatiza o secretário, marca a reação de Cabo Frio contra o desemprego, reforçada ainda por uma iniciativa privada, que é a implantação de um pólo industrial na localidade de Tamoios, onde estão sendo disponibilizados 300 mil metros quadrados.

O desemprego é uma realidade que vem afetando o município nos últimos cinco anos e agravou em 2006 com o fechamento da Companhia Salina Perynas, que em novembro do ano passado dispensou os últimos 200 funcionários. Além do potencial turístico, o município tinha na produção de sal uma atividade econômica forte, setor que já chegou a gerar cerca de cinco mil empregos e comercialização de até 30 mil toneladas de sal refinado por mês.

“Era um setor muito importante, mas a produção passou a ficar muito cara e muitas empresas acabaram optando por encerrar as atividades”, lamenta Kaká, destacando que, felizmente, as alternativas que estão sendo buscadas são muito mais lucrativas e com maiores oportunidades de emprego.

“A determinação do prefeito Marquinhos Mendes é abrir frentes no sentido de assegurar a sustentabilidade do município com a geração de emprego. Essa parceria com a empresa que opera o aeroporto é a grande garantia disso. A Álcalis vai entrar com as terras, a Prefeitura e o estado com a infra-estrutura. As empresas estão interessadas por causa das facilidades oferecidas. Além disso a produção ficará estocada no pólo e os impostos só serão recolhidos quando os negócios forem efetivamente fechados”, explica o secretário.



O secretário Ricardo Valentim aposta na recuperação do mercado de trabalho já em 2008