Agora a pouco estava me lembrando de uma conversa que tive dia desses com uma pessoa muito agradável e simpática num restaurante de Magé. Ela conhece meu trabalho, havia ouvido muito falar de mim e assustou-se, de certa forma, quando me viu pela primeira vez e percebeu a diferença do homem que estava a sua frente para figura do “monstro” que pintaram para ela.
A jovem aproximou-se da minha mesa para cumprimentar uma pessoa que me acompanhava e acabou sentando-se também. Foi ótimo isso ter acontecido, pois pude ouvir dela uma espécie de desabafo, palavras que me fizeram refletir bastante e me esforçar para não cometer mais o erro tantas vezes praticado por mim e muitos outros jornalistas.
Profissional competente em sua área, a minha nova amiga me falou de sua mágoa ao ler sempre nos jornais a frase “família Cozzolino” nas matérias que reportam fatos nada agradáveis atribuídos a parentes dela, que desde janeiro de 2005 estão no poder em Magé. Cheia de razão, me disse que fica muito triste com isso, pois a família Cozzolino não pode pagar pelos erros que, por ventura, dois ou três membros dela tenham cometido, pois a imensa maioria de seus familiares está muito distante dos que têm aparecido na crônica policial
Vi os olhos dela molhados quando me contava que um parente militar graduado, lotado em Brasília, foi chamado as falas e orientado a trocar o nome de guerra e que profissionais gabaritados estão sendo prejudicados em seus negócios por conta do “família Cozzolino” que nós, jornalistas, erradamente cravamos nas páginas sempre que noticiamos um fato negativo envolvendo um dos membros que estão no poder.
Enquanto escrevia essas linhas parava para ver meus dedos sob o teclado do laptop, para constatar o obvio: eles não são iguais.
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