Antes que alguém venha querer misturar as coisas para, convenientemente, se sentir ofendido e comparar o texto - por causa do título - com a narração sobre um personagem, da literatura oriental, vou logo explicando que a expressão tornou-se popular e usada, figurativamente, quando se pretende remover o que nos obstrui o caminho.
Pois é, o "abre-te sésamo", tantas vezes citado no livro “Histórias das Mil e Uma noites, é a expressão mágica que os vereadores que tanto se esforçaram para impedir a abertura e uma comissão de inquérito para apurar a atuação da Concessionária Rio-Teresópolis (CRT), no município de Magé, usam para passarem livremente pelas praças de pedágio que ilham a cidade e a inviabilizam economicamente falando.
A verdade é que os nobres vereadores do município de Magé não pagam pedágio, mesmo que não estejam nos carros oficiais. Eles param no posto de cobrança, se identificam e o sinal verde logo aparece. Um deles, durante um café, dias desses, me falou isso como se fosse uma grande conquista. “Como posso ser a favor de CPI se chego lá, digo o meu nome e passo tranquilamente”, me disse o nobre representante de um povo que não aguenta mais essa tal de CRT.
Até onde sei, a proposta de abertura de uma comissão investigativa – que nessa terça-feira será retirada pelo autor – só teria, até a última quinta-feira, quando nove vereadores ficaram em seus gabinetes para não dar quorum – três votos favoráveis: o do autor e os dos vereadores Genivaldo Ferreira Rodrigues, o Batata e Carlos Prata. Esses três e mais o presidente da Casa, Anderson Cozzolino, Dinho (que só vota em caso de empate), foram os únicos a comparecerem ao plenário, sendo que Prata chegou atrasado.
Fique irritado quem quiser. Essa é a expressão da verdade. Se a maioria dos vereadores está satisfeita com a palavra mágica da literatura oriental, o povo de Magé não, pois para ele não há varinha de condão que dê jeito nessa estagnação que o exagero na cobrança do pedágio feita pela Concessionária Rio-Teresópilis causa ao município, que está precisando de representantes de verdade.
E para que algum professor de literatura não me venha puxar as orelhas, vamos lá: "sésamo" é originário do latim "sesamum", como era chamada uma planta cheia de sementinhas muito usada hoje, o gergelim.
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