segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Contratação de “fantasma” gera revolta

Caso será encaminhado ao Ministério Público.


O Ministério Público Estadual deverá instaurar inquérito civil público para apurar a denúncia de que o prefeito de Casimiro de Abreu, Antonio Marcos Lemos (PSC), teria contratado, por um salário líquido mensal de R$ 1.092,00 o líder comunitário Carlos Alberto Jordão Gonçalves para ele deixasse de criticar o governo. O caso, revelado na semana passada, causou revolta entre os moradores da cidade, deixando a população ainda mais descontente com o governo municipal.

A denúncia foi feita pelo próprio contratado, que, em entrevista ao programa Litoral Cidade, da Rádio Litoral AM, apresentado pelo radialista Daniel Telles, afirmou que não trabalhava e mesmo assim recebia o pagamento. Na entrevista, que foi ao ar no último dia 7, Carlos Alberto disse ainda que além da nomeação para um cargo comissionado na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Antonio Marcos teria prometido a ele “um por fora” de R$ 1 mil por semana, o que, segundo o denunciante, só teria sido pago uma vez, para que ele “falasse mal de Ramon Gidalte”, adversário político do prefeito.

Carlos Alberto afirmou também que só recebeu dois meses de salário e que a prefeitura ainda lhe deve um, mas que não faz questão de receber, pois deixou o cargo por sentir vergonha de ser pago pelo poder público sem trabalhar. Antonio Marcos e o secretário Robson Soares Mangifesti voltaram a ser procurados para falarem sobre o assunto, mas não foram encontrados. O Ministério Público deverá requisitar à Rádio Litoral uma cópia da gravação do programa, para basear as investigações.

Um governo sem ação

Hoje quarta-feira está sendo completado o 293º dia desde a posse do prefeito Antonio Marcos, que há exatos nove meses e 19 dias assumiu a prefeitura de Casimiro de Abreu prometendo um governo de mudanças, transparência nas ações de sua administração e consertar o que estivesse de errado na cidade.

Passaram janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro, outubro já está indo embora, e o que mudou, reclamam os moradores, foi para pior. A gestão vem sendo marcada por denúncias de irregularidades, contratação de parentes de membros do primeiro escalão do governo, contratos sem licitação e licitações escondidas, protegidas por editais em publicação que, segundo já denunciou ao MP o vereador Alex Neves “não circula”.

Algumas ações consideradas irregulares foram encaminhadas ao Ministério Público pelo vereador Alex Neves e uma delas virou caso de polícia, pois a promotoria solicitou que a Polícia Civil investigasse a construção de três pontes, obras, que, segundo o vereador Alex Neves foram iniciadas antes do processo licitatório.




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