sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Porque a dor também é minha

Recebo diariamente pelo menos 300 mensagens eletrônicas. Hoje recebi 415, sendo 163 de moradores de Magé, pessoas que, entristecidamente, acompanham os fatos que inseriram aquela cidade nas páginas policiais. Não tenho tempo para responder a todas, mas faço o possível para atender a quem nos prestigia com tanta atenção e carinho. É em respeito a essas pessoas que vou contar um pouco de minha relação com Magé.

Tenho 28 anos de jornalismo. Trabalhei nos principais jornais desse estado, fiz rádio e televisão. Graças a minha profissão, conheci vários lugares no mundo e andei por esse Brasil a fora e pude observar várias realidades diferentes, mas a que verificamos em Magé parece irreal. Os fatos que noticiamos sobre essa cidade e que tanto magoam os que a amam, soam como mentira para quem está distante e eu sofro duas vezes com isso. Uma por ser portador de tanta notícia ruim e outra por ver Magé, um município que tanto defendi nos jornais em que trabalhei, estampado com freqüência nas páginas policiais dessas mesmas publicações.

O que revelo agora surpreenderá a muitos, mas me enche de orgulho. Meu primeiro contato com Magé foi em 1981. Era um jovem estudante de jornalismo e gostava de promover eventos culturais. Conheci pessoas engajadas e muito bem intencionadas. Foi um grande aprendizado, Nessa época comecei a escrever em dois jornais: Folha de Magé (do queridíssimo Cirlo Cunha) e Alvorada de Piabetá (comandado por João Pedro de Moura Magalhães). Desde então tenho me dedicado a dar um pouco de mim a essa terra.

Disse isso porque numa das mensagens que recebi uma professora me falou o quanto se sente feliz em “ver uma pessoa de longe gastar seu precioso espaço para denunciar o grande mal que estão fazendo a essa cidade”. Como você vê agora, minha querida, tenho muito a ver com o seu lugar.



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