terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ex-prefeito causa prejuízo de R$ 10 milhões em Valença

Ignorando a Câmara de Vereadores e a população, Vicente Guedes demoliu o parque de eventos da cidade, um dos melhores do estado

“Destruidor’. Essa é a impressão deixada no município pelo ex-prefeito Vicente Guedes, cassado em junho pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Guedes saiu do governo e - a julgar pelo que se ouve na cidade - não deixou saudade, mas revolta. Vicente irritou a população com dois atos considerados autoritários e prejudiciais: entregou o serviço de água do município para a Cedae e causou um prejuízo de pelo menos R$ 10 milhões, determinando a demolição do Parque Municipal de Eventos ventos Fernando Pereira Graça, construído na década de 90. Nos dois casos os moradores estão exigindo providências urgentes ao prefeito em exercício, Luiz Fernando Graça: a saída da Cedae do município e que o ex-prefeito seja responsabilizado na Justiça pela destruição do parque.

Para Luiz Fernando, essa revolta é um sentimento comum, diante da maneira desrespeitosa como tudo aconteceu, sem a participação da população e do Legislativo. O parque de eventos, construído às margens da Estrada RJ 145, no bairro Santa Terezinha, era considerado um dos melhores do estado, tendo sido palco de grandes festas agropecuárias e eventos. Já a Cedae, afirma o prefeito interino, tirou o sono dos moradores devido às contas exorbitantes, totalmente fora da realidade da população.

“Na época, como presidente da Câmara, achei um absurdo o Legislativo não ter sido convocado para opinar sobre um assunto de grande interesse para Valença”, disse Luiz Fernando, referindo-se à Cedae e lembrando que o mesmo aconteceu com a destruição do parque de eventos.

“Foi no feriado de Corpus Christi, sem conhecimento de ninguém. Levei um susto danado quando passei pela rodovia e vi toda aquela destruição. Nem a chaminé da extinta olaria, uma das poucas que ainda restavam no estado foi poupada. Estes são assuntos de grande interesse da população e sequer foram analisados pela Câmara Municipal. Assim como para população, para mim também foi uma triste surpresa”, afirmou o prefeito, explicando que para tentar salvar a chaminé o Ministério Público foi acionado pelo vereador Luiz Antônio Rocha, mas de nada adiantou, pois Guedes destruiu também o que deveria ser preservado como patrimônio histórico.

Sem fiscalização

O parque de eventos era um dos orgulhos da população de Valença. Tinha 120 baias, um enorme galpão stander, arena nas dimensões oficiais, palco e sanitários adequados. Se fosse construir outro, atualmente o município teria de gastar pelo menos R$ 10 milhões, prejuízo que os moradores querem ver ressarcido. O ex-prefeito alegou que precisava da área para instalar indústrias e gerar empregos, mas tomou a decisão sozinho, como se o espaço fosse dele e não do povo.

A ação de Vicente Guedes não teve nenhuma fiscalização. Os vereadores Luiz Antonio Rocha e José Otávio Conceição chegaram a apresentar um requerimento para que Vicente Guedes informasse para onde foi levado o material retirado do parque, mas o requerimento foi reprovado com o voto da maioria dos membros da Câmara.

“É claro que todos nós queremos mais empregos para Valença, mas será que não ficaria mais barato ter comprado um terreno para implantar indústrias e ter preservado aquele patrimônio?”, indagou Luiz Fernando, lembrando da parceria entre a Câmara e o Executivo, ao ter repassado em sua gestão, R$ 200 mil ao prefeito Vicente Guedes para a compra do terreno no bairro Canteiro para a instalação da DFV, Produtos Médicos Hospitalares. Graça lembrou que a destruição do parque teve início no governo Álvaro Cabral com o mesmo propósito.


0 comentários: