sábado, 7 de agosto de 2010

Dinheiro não é remédio em Nova Iguaçu

Verbas repassadas para a rede de Saúde do município não melhoram atendimento a população

Entre janeiro e julho desse ano o município de Nova Iguaçu recebeu repasses totais de R$ 74.266,674,86 para diversos programas do setor de Saúde, sendo a metade na gestão da prefeita Sheila Gama (PDT) e o que se pergunta na cidade é: “O que vem sendo feito com os recursos, já que o atendimento prestado nas unidades mistas e nos postos médicos está cada dia pior?”.

Fornecedores de medicamentos e materiais de consumo continuam sem pagamento, o mesmo acontecendo com as unidades particulares conveniadas, que não recebem desde fevereiro. Algumas delas já fecharam as portas e outras poderão fazer o mesmo se a situação continuar. Só com os laboratórios e clínicas que prestam serviços ao município através do Sistema Único de Saúde (SUS) a dívida passa de R$ 15 milhões.

“Esse é o resultado da gestão de continuidade prometida pela prefeita Sheila Gama. Na administração de Lindberg Farias para receber uma fatura chegávamos a levar nove meses. No governo de Sheila o município já recebeu três repasses para pagar as unidades conveniadas. Trata-se de recurso específico, que não pode ter outra finalidade”, afirma um representante da rede conveniada, esclarecendo que atualmente o atraso é de seis meses e que foram pagos na atual gestão os meses de novembro, dezembro e janeiro.

Como se trata “verba carimbada”, o dinheiro dos prestadores de serviços não pode ser empregado para fazer outro tipo de pagamento. Como os representantes das unidades conveniadas afirmam que faltam ser pagos os meses de fevereiro, março, abril, maio, junho e julho, é preciso explicar onde está essa verba, pois os repasses são feitos todos os meses pelo Ministério da Saúde, que não atrasa um dia sequer.

Os problemas vêm se acumulando e a situação que já era considerada ruim antes, tem piorado nos últimos 120 dias, o que tem revoltado até aliados do governo. “São quatro meses de nada. A prefeita não diz a que veio e seus secretários não mostram serviço. Sheila Gama vem fazendo uma péssima gestão”, diz um pedetista histórico de Nova Iguaçu, que torce para que Sheila se acerte, mas entende que isso só será possível se ela “realmente tomar as rédeas” do governo.

Processo desaparecido

Como se não bastasse a falta de ação do governo em todos os setores da administração municipal, a gestão de Sheila Gama parece que ainda não tomou pé da situação deixada pelo ex-prefeito Lindberg Farias (PT), que a nova prefeita entende ter sido “vitoriosa”.

Ainda essa semana deverá ser encaminhada ao Ministério Público denúncia revelando que durante a transição na Prefeitura um processo para compra de medicamentos, feito na gestão do secretários Marcos de Souza na Secretaria Municipal de Saúde teria desaparecido. De acordo com uma funcionária da secretaria, o processo envolveria cerca de R$ 14 milhões, sendo que pelo menos a metade já teria sido paga. O atual secretário, Josemar Freire dos Santos, não foi encontrado para falar sobre o assunto.

Calote comprovado.

Segundo o relatório final da Comissão Especial de Inquérito aberta pela Câmara de Vereadores para apurar o não pagamento aos prestadores de serviços, durante a gestão do ex-prefeito Lindberg Farias a Prefeitura deixou de repassar aos conveniados cerca de R$ 14 milhões. O relatório vai ser analisado agora pelo Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União e Ministério da Saúde.

Durante os cinco anos e três meses que Lindberg foi prefeito o município teve sete secretários de Saúde o titular que mais tempo ficou no cargo foi a vereadora Marli Freitas. Além dela foram titulares da pasta Valcler Fernandes, Glaucia Bom, Suely Pinto, Henrique Jhonson, Walney Rocha e Marcos Souza, mas nenhum deles foi ouvido pela comissão de investigação, que foi formada pelos vereadores Marcos Costa Martins, o Marquinhos da Tia Megue, Marli Silva Câmara de Freitas, a Professora Marli e Wilson de Carvalho.


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