Prefeito e vereadores de Casimiro de Abreu alegam incerteza para não dar aumento ao funcionalismo
O prefeito Antonio Marcos Lemos e os nove vereadores de Casimiro de Abreu vão muito bem, obrigado. Eles não tem do que reclamar. Recebem bons salários no final do mês, empregam assessores também muito bem pagos, não tem gastos com transporte e ainda podem garantir mais algumas boquinhas. No caso do prefeito, a tranqüilidade é maior, pois tem mais espaço para espalhar seus parentes e garantir uma melhor renda familiar, mas os funcionários, os que realmente trabalham em favor da população, esses sofrem as dificuldades geradas pelos parcos rendimentos, ignorados pelo prefeito e pelos vereadores, que, na hora de definirem um aumento salarial, por menor que seja, apontam uma série de inconvenientes.
Mesmo com uma receita até três vezes maior que cidades com até cinco vezes mais moradores, a pequena Casimiro de Abreu não consegue as melhorias pretendidas pela população nem garantir salários mais dignos para os servidores municipais. Os professores, por exemplo, estão revoltados com o enganoso Plano de Cargos, Salários e Vencimentos do Magistério Publico Municipal, composto de números e artigos quem em vez de beneficiar a categoria acabaria prejudicando se fosse levado a efeito. Os professores querem aumento real, mas o prefeito, em vez do aumento, quer incorporar o abono pago atualmente ao salário, o que dá uma falsa impressão de ganho e esconde perdas. A proposta, além de não contemplar todos os profissionais do setor, ainda tira a gratificação de quem ficar fora da sala de aula, mesmo que por motivo de doença.
Os demais servidores já foram avisados de que só terão aumento quando forem definidas as regras da partilha dos royalties do pré-sal, quando na verdade a Prefeitura tem hoje todas as condições de garantir um salário melhor, pois recebeu, até o dia 30 de abril mais de R$ 22 milhões de repasses federais, sendo R$ 18 milhões dos royalties do petróleo, quase três vezes mais que o município de Guapimirim, que tem cerca de 50 mil habitantes e paga, em média, salários 23% superiores ao funcionalismo municipal.
Fazendo coro em defesa do prefeito os vereadores Ademilson Amaral, Alessandro Macabu, Adair Abreu, Luciano Nogueira, Marcos Miller, Paulo Roberto e João Medeiros, alegam que o plano de carreira dos professores precisa ser analisado com cautela, porque a realidade do município é diferente e que de nada adianta dar um aumento e não poder pagar depois. O problema, entendem os professores, é que o município tem muito bem como pagar.
Com dinheiro em caixa
Quem ouve o prefeito de Casimiro de Abreu falar em dificuldade acredita mesmo que o município está passando por uma grande crise econômica, o que não é verdade. Para o exercício deste ano ele tem um orçamento de R$ 160 milhões aprovado pela Câmara de Vereadores, que ainda concedeu a Antonio Marcos autorização para remanejar a metade dessa dotação para o programa de trabalho que bem desejar.
O prefeito que fala em crise recebeu do governo federal nos primeiros quatro meses de 2010 exatos R$ 22.050,835,55, bem mais que São Pedro da Aldeia, Rio Bonito, Itaguaí, Nilópolis, Seropédica, Guapimirim, Japeri, cidade muito maiores que Casimiro de Abreu, que conta com pouco mis de 30 mil habitantes.
Há 16 meses no cargo de prefeito, Antonio Marcos ainda não fez nada pela cidade que justificasse sua eleição. Em junho do ano passado, quanto completou seis meses no cargo, ele deu entrevista dizendo que estava arrumando a casa e que tinha cerca de R$ 20 milhões em caixa. Em dezembro ele voltou a falar que tinha dinheiro nos cofres e anunciou que começaria 2010 com grandes realizações, mas nada foi feito até agora, o que leva as lideranças locais a um indagação simples, mas direta: Onde está indo parar o dinheiro de Casimiro de Abreu?
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