Alguns funcionários estão sem salário, postos de saúde já não funcionam e serviços básicos podem ser interrompidos a qualquer momento
Há pouco mais de 40 dias no cargo, pode se dizer que a prefeita Sheila Gama está no mato sem cachorro. Os funcionários terceirizados lotados nas unidades de Saúde estão há dois meses sem salário, faltam medicamentos nos postos de atendimento e várias escolas ficaram sem merenda nos últimos 30 dias. Todas as obras - com exceção o Viaduto da Posse, cujos serviços são custeados com recursos estaduais - estão paradas e ninguém se pronuncia sobre o assunto. A prefeita não fala com a imprensa e os secretários foram proibidos de tornar público as irregularidades verificadas porque Sheila não quer prejudicar a carreira política de Lindberg Farias.
“Sabemos que a prefeita não tem culpa de nada do que Lindberg fez de errado, mas na medida em que não age para corrigir as irregularidades ela se torna cúmplice. A prefeita diz que suspendeu os pagamentos porque os contratos precisam ser analisados, mas ela tem de entender que sãos os funcionários terceirizados que trabalham. A prefeita paga os salários dos fantasmas de Lindberg, mas deixa quem trabalha sem dinheiro. Isso é errado. Por que ela não manda os fantasmas embora?”, questiona a funcionária de uma unidade mista de Saúde.
De acordo com as principais lideranças locais, a prefeita parece estar perdida diante dos muitos problemas encontrados na Prefeitura. “Não estamos vendo ela muito a vontade no cargo. Parece que está lá obrigada por um acordo que a impede de colocar, de verdade, a casa em ordem”, disse um vereador aliado.
Caixa furado e muitas dívidas
Atolado em dívidas, o município está tendo dificuldades para comprar até os materiais básicos para o funcionamento da administração. Além do rombo de R$ 400 milhões na previdência dos servidores, estima-se que o rombo na Saúde chegue a R$ 600 milhões e o da Educação seja de R$ 400 milhões, mas ninguém na Prefeitura fala sobre o assunto. As empresas mais prejudicadas são as de terceirização de mão-de-obra. O débito com as cooperativas e as empresas Eims e Imunitec, por exemplo, passam de R$ 10 milhões.
“Há qualquer momento o sistema vai entrar em colapso porque não temos como pagar os salários dos funcionários e se eles decidirem parar de trabalhar não temos como impedir”, disse o diretor de uma empresa que fornece mão-de-obra para a Secretaria Municipal de Saúde.
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