terça-feira, 10 de maio de 2011

Vozes anônimas

Uma denúncia anônima serve, no mínimo, como pontapé inicial de uma investigação. Dela pode partir uma apuração que leve a importante desfecho, mas não é por isso que devemos sair por aí espalhando ilações como fatos, suposições como verdades absolutas. Creio que 90% das mensagens que recebo são apócrifas. Filtro cada uma delas, porque vem muita coisa absurda, fruto da fértil imaginação de um povo tão acostumado a ouvir descalabros sobre os políticos que acaba se achando no direito contar os seus.
Ontem por exemplo me disseram que um jovem prefeito da Baixada Fluminense comprou um jatinho para reforçar sua frota que já contaria com oito carros importados, um helicóptero e uma lancha. Gente isso não é verdade e passar informações como essa achando que vou publicar, é perda de tempo, pois tudo é checado. Também recebo muita coisa sobre vereadores. Boa parte procede, mas tem cada exagero... Dia desses me contaram que um vereador de Japeri e seu segurança seguraram um menino para o filho bater. Me disseram que foi uma massacre. Sobre os vereadores de Magé falam coisas ainda piores, mas nem tudo pode ser levado em conta, pois a revolta por tantos desmandos acaba levando a exageros.
Estou falando dessa forma porque muita gente acha que basta telefonar para o Ministério Público e dizer que fulano está roubando o dinheiro da merenda escolar ou mandando para uma conta particular no exterior o dinheiro da saúde, para a Promotoria sair prendendo todo o mundo. Não é assim. Se não houver sustentação nenhum inquérito vai adiante. Já disse e repito: sobre Magé tem um monte de procedimentos investigativos abertos, mas a maioria não anda, pois falta sustentação.
Aí, você leitor me escreve perguntando se o MP quer que a pessoa cometa suicídio se identificando ao denunciar. Não é nada disso. A informação é que precisa ter elementos suficientes para nortear um inquérito, tipo quem, como, onde e quando.
Espero ter sido melhor compreendido dessa vez.

0 comentários: