quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Magé e suas lendas urbanas

 “A CRT está mudando sua praça de pedágio para a entrada de Mauá para poder cobrar de todo mundo, até de que vem de Piabetá”. “Os Cozzolinos tem sociedade com a CRT”. “Os vereadores de Magé estão todos nas mãos da CRT e cada um ganhou um carro novo para aprovar o aumento da tarifa”. Acho que muitos de vocês já ouviram isso. Eu não. Eu leio. Mensagens com essas afirmações me chegam diariamente. Eu leio e as deleto, porque são parte das lendas de uma cidade onde o ouvi dizer soa como verdade absoluta.
Não estou aqui defendendo a Concessionária Rio Teresópolis e muito menos os vereadores, mas dizer que a praça principal do pedágio está mudando de local, que os Cozzolinos são ligados a ela ou que os vereadores recebem favores da empresa para aumentar o valor da tarifa é tão absurdo como alguém dizer que viu um elefante namorando uma formiguinha. Nada disso é verdade, mas como alguém ouviu o amigo de um amigo, que tem um amigo que é pai de uma moça que namora um rapaz que trabalha no pedágio falar isso, tudo passa a ser verdade nesse universo de boatos chamado Magé.
A CRT não precisa da Câmara de Vereadores para nada, muito menos para aumentar a tarifa. O valor do pedágio é instituído pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), braço do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (DENIT), órgão do Ministério dos Transportes. O pedágio é caro e esse cerco feito à Magé, embora não seja ilegal, é imoral e prejudicial ao município, mas a questão, repito, só pode ser resolvida com um engajamento maior. O caminho é a Justiça e o veículo a percorrer essa via com reais chances de chegar ao bom destino é um grande volume de ações judiciais. Sem isso, amigos, é jogar para a platéia. 

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