terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um conserto fora da realidade

Reforma de cadeiras escolares para a Educação de Nova Iguaçu custa mais que móvel novo

A Secretaria de Educação de Nova Iguaçu resolveu gastar o dinheiro público reformando cadeiras escolares quando seria mais lucrativo comprar unidades novas. Pelo menos é o que sugere o processo de licitação homologado no dia 13 de janeiro pela secretária Dilceia Quintela, que não foi encontrada para falar sobre o assunto.
De acordo com o extrato publicado dia 14 no Diário Oficial, a Prefeitura vai gastar R$135 mil para reformar 2.500 cadeiras, o que corresponde ao valor unitário de R$ 54. Numa rápida consulta na internet a Tribuna da Região encontrou cadeiras escolares completas com preço variando entre R$ 48,50 e R$ 51,50. Se a secretária optasse pelo modelo mais caro oferecido no site www.mercadolivre.com.br, por exemplo, conseguiria comprar móveis novos e ainda economizaria R$ 6.250,00 para os cofres municipais.
O extrato publicado no Diário Oficial traz somente o termo cadeira, o que sugere tratar-se apenas do assento. Se assim for a diferença pode ser ainda maior, pois existem unidades desse modelo oferecidas a R$ 30. O móvel pesquisado pela Tribuna da Região é do tipo carteira, cadeira escolar completa.

Governo de continuidade
Quando na solenidade de transmissão de cargo a prefeita Sheila Gama prometeu ao antecessor, Lindberg Farias, que faria uma gestão de continuidade, não se esperava que ela cumprisse a risca essa promessa: os processos licitatórios continuam com a mesma falta de transparência, os setores de Saúde e Educação permanecem funcionando precariamente, as obras continuam paradas e o Hospital da Posse está no mesmo estado de agonia.
A gestão de Sheila Gama só quebrou a promessa de continuidade no que diz respeito à limpeza urbana: o serviço que é um dos mais caros do estado, piorou bastante nos últimos dois meses.

Poucas vagas
No ano passado o então secretário de Educação de Nova Iguaçu afirmou durante audiência pública na Câmara de Vereadores que pelo menos 25 mil crianças estavam fora das salas de aula por falta de vagas. De lá para cá quase nada mudou, já que a própria secretaria informa que este ano estão sendo oferecidas apenas “mais 10 mil vagas”, o que é muito pouco em se tratando de um município com cerca de um milhão de habitantes.
Nessa segunda-feira a Prefeitura iniciou a segunda fase de matrículas na rede municipal de ensino e a julgar pelo andamento desse processo, nem as 10 mil vagas serão atingidas, uma vez que na primeira fase só foram feitas seis mil inscrições (da educação infantil ao 9º ano) e a expectativa é de que menos de 500 crianças sejam matriculas até a próxima sexta-feira, quando termina a segunda fase.
Na próxima semana, de acordo com a secretaria, começa a terceira fase, quando serão atendidos os pedidos de transferências e os que não fizeram a pré-matrícula. O ano letivo está programado para começar no dia 14 de fevereiro.

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