Um balcão de negócios?

Sei que a maioria dos vereadores de Nova Iguaçu, o prefeito Lindberg Farias e uma pancada de políticos de meia-tigela odeiam esse jornalista e, se pudessem, silenciariam de vez essa voz, mas, como diria meu saudoso amigo Manoel Almeida, a baiana deles tem pouca roda e quem está com a verdade está com Deus. Mas deixamos de rodeio e vamos direto ao assunto.

Uma fonte do governo me revelou que dos quase 2,5 mil cargos temporários criados pelo prefeito para a área da Saúde, pelo menos mil estariam reservados para os nobres vereadores, essa turminha da pesada que desde janeiro vem brincando de fazer oposição, mostrando dificuldades para oferecer facilidades ao prefeito.

Ao que tudo indica, postos de saúde e unidades mistas permanecerão sem condições de atendimento, pois a maioria dos contratados por indicação de vereador ganha sem trabalhar, o que contribui para justificar o nome dado há muitos anos ao prédio da prefeitura, batizado de Palácio das Almas, por estar localizado ao lado do cemitério central da cidade.

Me dá nojo quando ouço o presidente da Câmara, Marcos Fernandes (DEM), atacando o governo e apontando irregularidades. Será que ele já se esqueceu que passou quatro anos bajulando o prefeito em troca das boquinhas que contribuíram bastante para a sua reeleição tranqüila e folgada? Que base tem esse senhor para criticar o péssimo setor de Saúde, se nele manteve, através de cooperativas, boa parte de seu exercito de cabos eleitorais? Será que Marcos Fernandes são se lembra de que era ele quem comandava, através de um irmão, a Unidade Mista de Saúde de Vila de Cava, marcada por um histórico de péssimos serviços?

Que esses nobres senhores dêem soco na mesa, que espumem de raiva, esperneiem... que façam o que quiserem, mas o fato que a maioria dos 21 vereadores iguaçuanos não faz outra coisa senão cuidar de seus próprios interesses.

Besteirol

Momentos antes da posse de Rosan Gomes no cargo de prefeito de Magé, ocorrida no último dia 12, o presidente da Câmara de Vereadores, Anderson Cozzolino, o Dinho (PMDB), teria saído com essa durante uma reunião com seus pares: “Deveríamos abrir uma CPI para apurar como o Tribunal de Justiça toma uma decisão dessas”.

Ele referia-se à medida que determinou o afastamento imediato de sua irmã da prefeitura. Mas Justiça seja feita: O presidente da Câmara realmente não foi notificado oficialmente pela Justiça sobre a decisão. Na sexta-feira, dia 11, um oficial de Justiça esteve na Câmara, mas isso aconteceu depois das 18hs, quando o expediente já havia sido encerrado.

De saída 1

Termina dia 2 de outubro o prazo para os interessados em disputar as eleições de 2010 mudarem de partido. O deputado Geraldo Pudim (PMDB- RJ), por exemplo, apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de declaração de justa causa para deixar a legenda pela qual foi eleito em 2006. Deve transferir-se para o PR de seu mentor, Anthony Garotinho. Já Clarissa Garotinho disse que não deixará o PMDB, pois não acredita que depois o partido não vá recorrer à Justiça para tomar-lhe o mandato de vereadora na Câmara do Rio.

De saída 2

Quem também está saindo do PMDB é a prefeita afastada de Magé, Núbia Cozzolino. Conseguirá deixar o partido sem maiores problemas. Isso é tudo que ela quer para cair de vez nos braços de Garotinho.

Mea culpa

A frase Latina pode ser usada para dizer, em português, "falha minha", ou "meu próprio erro" e por falar em Núbia Cozzolino o vereador Álvaro do PT garantiu a esse jornalista que não foi bem aquilo que ele quis dizer, quando, em discurso durante a sessão de posse de Rosan Gomes soltou a frase “até para ajudar a inocentar a prefeita” no contexto em que propunha a abertura de uma CPI. Então tá.

De volta

Tomei um café com o presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos (Agetransp), Antonio de Carvalho e ele me garantiu que estará de volta às disputas eleitorais, candidatando-se a uma cadeira na Alerj. Carvalho foi três vezes deputado estadual e exerceu dois mandatos consecutivos de prefeito em São João de Meriti. Ele está animado com os números das pesquisas de intenções de voto feitas na Baixada Fluminense.