Núbia Cozzolino, é, sem dúvida, um personagem polêmico. Com ela não existe meio termo: ou a amam ou odeiam. Tem sido assim desde seus tempos de Secretária de Ação Comunitária, na gestão conturbada de seu irmão Charles, um prefeito que foi cassado pela Justiça Eleitoral, mas que depois voltou para concluir os poucos meses que restavam do mandato para o qual fora eleito em 1992.
Graças ao assistencialismo e a sombra do pai, Núbia conseguiu eleger-se deputada estadual em 1994. Apesar das muitas denúncias de uso da máquina administrativa em sua eleição, concluiu o mandato sem maiores problemas. Sua estréia na Assembléia Legislativa, também, como não poderia deixar de ser, foi marcada por polêmica e muita confusão, mas ela não seria a Núbia Cozzolino e isso não ocorresse.
Embora classificada como membro do baixo clero na Casa, aqui fora, pelo menos para o sofrido povo de Magé, mais precisamente nas comunidades de Piabetá, Fragoso e Raiz da Serra, Núbia era a “rainha da cocada” e assim conseguiu reeleger-se deputada em 1998 e renovar o mandado em 2002, deixando-o pela metade para, em 2004, realizar o sonho de ser prefeita, para desespero dos funcionários municipais e para a felicidade daquela gente que nunca vira asfalto em suas ruas.
Núbia inventou um jeito estranho de governar e por isso enfrenta sérios problemas na Justiça, onde responde a processos cíveis e criminais, correndo sérios riscos de condenações e de perder o direito de disputar nova eleição, mas para a maioria da população, ela é mesmo a “Rainha da cocada”, pois asfaltou mais de mil ruas, construiu 27 escolas modelo e um hospital, além de instalar 62 postos de saúde.
Pois é, a “maluca”, como era chamada no alto clero da Alerj, mostrou que é mesmo doida e bota doida nisso, mas pelos pobres de Magé.
Não sou promotor nem juiz. Sou jornalista e há 28 anos estou no pleno exercício da profissão. Já bati muito em Núbia e voltarei a bater sempre que ela fizer uma besteira, pois existem regras e a Constituição tem de ser respeitada, mas ela, sem dúvida, em termos de realização, foi a melhor prefeita que os pobres mageenses tiveram até hoje e só não conseguiu ser melhor porque não teve coragem de afastar, de verdade, suas irmãs do governo.
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