sábado, 19 de setembro de 2009

Ministério Público denuncia vereador por estupro

Membro do Legislativo de Porto Real vai responder por violência

física e sexual contra ex-namorada

O vereador Heitor Silvestre da Silva (DEM) enfrenta o Ministério Público Estadual nas acusações de lesão corporal, ameaça, seqüestro, cárcere privado e estupro. A denúncia feita pela família da vítima foi acatada e a desembargadora Giselda Leitão Teixeira foi designada para relatora do caso. Heitor é acusado de ter cometido esse crimes contra a ex-namorada de 24 anos no dia 19 de julho desse ano. A advogada responsável pelo caso é Geórgia Belo, designada pelo gabinete da deputada estadual Inês Pandeló. Gisele é da comissão dos Direitos da Mulher da Alerj. O crime gerou revolta na cidade, mas as manifestações públicos parecem não preocupar em nada os demais membros da Câmara, que estão sendo apontados como omissos pelos moradores.

Geórgia informa que a comissão vai mandar ofício para Câmara de Porto Real pedindo a quebra de decoro. “Ele está de licença desde que aconteceu o caso. Nós entendemos que houve quebra de decoro e vamos mandar o ofício para Casa já que, até agora, não foi tomada nenhuma providência”, informa ela. Segundo familiares da vítima, a postura da Câmara de Vereadores tem sido de proteger o colega. A vítima tem um tio, conhecido como Tom, que também é vereador e até ele tentou impedir que o processo tivesse continuidade.

A vítima, de 24 anos, contou em depoimento que Heitor invadiu sua casa, a levou para um terreno baldio nos arredores da cidade onde a espancou. Depois ela teria sido levada para um motel em Resende onde passou a noite sendo obrigada por ele a fazer sexo. A moça também foi espancada, o que ficou comprovado por exame de corpo delito.

“Minha filha teve até o nariz quebrado por ele. Foi uma violência muito grande e não podemos deixar uma coisa como essa impune”, lamenta a mãe da moça. Ainda segundo o relato da vítima, Heitor só a deixou em casa no dia seguinte depois de fazê-la prometer que “ficaria tudo bem e que ele poderia voltar quando quisesse”.

O vereador nega o crime e tenta denegrir a imagem da moça em depoimento. “Ele está tentando de tudo mas agora a Justiça já tem os laudos”, completa a advogada. O processo está correndo no Tribunal de Justiça do Rio pelo vereador ter fórum privilegiado. O número é 2009.062.00023. Desde que aconteceu o fato a moça, que costumava vender trabalhos manuais, não tem saído de casa. “Ela tem medo. Com isso, ele que cometeu o crime está por ai, a solta, enquanto ela está presa dentro de casa”, desabafa a mãe.


Câmara se cala


Desde que o crime foi denunciado pela família da vítima que o silêncio toma conta da maioria dos membros da Câmara Municipal, onde o corporativismo pararece estar prevalecendo sobre o bom censo. O presidente do Legislativo, Jayme da Silva Pereira, tem dito que não pode fazer nada, porque o acusado ainda não foi condenado pela Justiça. Entretanto, na opinião de grande parte da população, o que está havendo é uma grande tolerância com o Heitor Silvestre da Silva, que não tem comparecido as sessões, mas continua recebendo salário em dia e todos os benefícios que o mandato lhe garante.

“Acho que os vereadores estão protegendo o colega. Já que ele não aparece para trabalhar, deveria ter o salário suspenso e o suplente convocado. Essa brutalidade nos envergonha a todos e macula o Poder Legislativo de Porto Real. Sou pai e os vereadores também tem filhos. Falo aqui uma pergunta: e se isso tivesse acontecido com a filha de uma deles?”, questiona um morador da cidade que chegou a participar de manifestações na Câmara, contra a falta de posicionamento do Legislativo local.





A barbaridade atribuída ao vereador Heitor Silvestre chocou os moradores da tranquila Porto Real







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