domingo, 6 de setembro de 2009

Promotoria vai investigar farra do PT em Nova Iguaçu

Delegados do partido recebem salários de secretários adjuntos e assessores especiais sem trabalhar.

‘Pelo menos 200 militantes do PT com direito a voto nas decisões internas do partido podem estar nomeados na prefeitura de Nova Iguaçu, numa manobra iniciada em novembro do ano passado pelo prefeito Lindberg Farias para lhe garantir uma base pessoal dentro da legenda. Denúncia nesse sentido será encaminhada nos próximos dias ao Ministério Público, com pedido de investigação do uso da máquina administrativa para fins eleitorais.

“A existência de servidores fantasmas já foi constatada pelo Tribunal de Contas, que se certificou que havia 865 deles na Secretaria de Governo. Agora temos informações de que petistas de vários municípios, como Angra dos Reis, Niterói, Magé e Rio de Janeiro foram nomeados como secretários adjuntos, com salários superiores a R$ 2,5 mil, mas não trabalham. Esse pessoal, pelo que fomos informados, está na folha de pagamento para defender os interesses político-pessoais do prefeito”, disse o advogado que vai apresentar o dossiê completo à promotoria.



Prefeitura mal-assombrada


Conforme o blog noticiou no dia 20 de junho deste ano, um ano após o TCE ter feito uma auditoria na prefeitura e apontado a existência de 865 funcionários fantasmas, surgiram novas denúncias de que várias pessoas ainda estariam recebendo sem trabalhar na administração, arregimentadas pelo setor de Articulação Política, criado por Lindberg para abrigar militantes do Partido dos Trabalhadores.

O primeiro nome da lista que consta do dossiê que será encaminhado ao MP é o do ex-vereador de Magé, Carlos Eduardo Rodrigues da Silva, o Eduardo do PT, que não conseguiu se reeleger e ganhou um cargo de subsecretário, com salário bruto de R$ 2.576,90.

Na semana passada a Câmara de Vereadores derrubou um decreto datado de 13 de julho de 2009, através do qual o prefeito Lindberg Farias transformou vários cargos em comissão em cargos com a nomenclatura Assessor Técnico de Gestão de Obras (AG), que deveriam ser ocupados apenas por engenheiros, mas estariam sendo usados para empregar pessoas sem formação especificam, recebendo salários de R$ 3 mil. Essa manobra do prefeito serviu para abrigar mais de 200 nomeados, que agora terão de ser exonerados.

O prefeito Lindberg Farias foi procurado para falar sobre o assunto, mas não foi encontrado. A informação dada por uma funcionária do gabinete dele é a de que o prefeito não aparecia por lá há mais de uma semana.



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