Prefeito e presidente da Câmara se desentendem e servidores
sofrem as consequências
A queda de braço entre o prefeito Lindberg Farias (PT) e o presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Fernandes (DEM), deverá deixar centenas de pessoas desempregadas ainda essa semana. É que para jogar os demitidos contra o chefe do Poder Legislativo o prefeito decidiu acabar com os cargos temporários, cerca de 2,5 mil, criados no mês passado, para os quais já havia convocado 600 pessoas, a maioria indicada por vereadores. Além disso, o prefeito derrubou o decreto legislativo que concedia benefícios aos agentes das creches municipais.
“Isso é mais um abuso do prefeito. Os funcionários não têm nada a ver com a briga dos dois. Com o fim dos cargos o atendimento na rede de saúde ficará ainda pior e o pessoal das creches, que ganham uma miséria de salário, ficarão em situação ainda mais difícil”, disse um vereador do bloco de sustentação do prefeito.
Incoerência
Ao enviar à Câmara, no mês passado, o projeto de lei criando os cargos temporários o prefeito alegou que a medida tinha de ser tomada com urgência porque a prefeitura não poderia mais contratar pessoal através de cooperativas e se os cargos não fossem aprovados iria faltar mão-de-obra nos postos de saúde.
Na última quinta-feira, entretanto, depois de uma briga com o presidente da Câmara, Lindberg resolveu demitir os que já havia chamado para e esses cargos e suspendeu novas contratações.
“Essa medida atinge em cheio o presidente da Câmara, mas afeta também outros vereadores. Só o Marcos Fernandes tinha 92 pessoas contratadas nos cargos temporários. Isso é uma incoerência do prefeito, que antes dizia que precisava desses cargos e agora dispensa os contratados”, disse outro membro da bancada de Lindberg.
Destituição
De acordo com um assessor do prefeito, Lindberg está disposto a tirar Marcos Fernandes da presidência da Câmara e para isso já contaria com o apoio de 11 vereadores. “Acho que o prefeito está errado ao se intrometer num assunto exclusivo do Legislativo, mas por outro lado ele está certo. Marcos Fernandes sempre teve muito espaço no governo. Nomeava quem quisesse. Prova disso foi a expressiva votação que teve. Ele não se reelegeria sem a ajuda que teve do governo durante todo o primeiro mandato de Lindberg e agora vem posar de político independente, coisa que ele não é nem nunca foi”, completou o assessor.
Ainda segundo o assessor, o prefeito já teria iniciado as negociações com mais três vereadores e a expectativa é de que até o final dessa semana Lindberg tenha completado os 14 votos dos quais necessita para iniciar o processo de destituição da mesa diretora.
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