Câmara de Magé rejeita proposta de CPI contra concessionária que
cercou a cidade com pedágios
Operando no município desde março de 1996, a Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) – que transformou a cidade numa ilha cercada de pedágios por todos os lados – mostrou que tem mesmo muita força na cidade, principalmente na Câmara de Vereadores, onde o esforço concentrado pelos vereadores Amsterdam Santos Viana, Leonardo da Vila e Valdec Ferreira, levou o plenário a rejeitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a atuação da concessionária em Magé.
Essa foi a segunda proposta de abertura de CPI apresentada em menos de dois meses. O primeiro requerimento foi assinado pelo vereador Álvaro Alencar e chegou a ser lido no plenário, mas teve a votação protelada pelo menos três vezes. Diante da dificuldade encontrada, Álvaro retirou o pedido de abertura e justificou sua decisão. “Retirei o pedido porque fui informado de que alguém estaria querendo tirar vantagem dessa situação”, afirmou. O novo pedido de CPI foi apresentado pelo vereador Carlos Prata logo após a retirada do primeiro e foi reprovado em plenário no último dia 5.
Alguns comerciantes estão dispostos a recorrer à Justiça contra o que chamam de cobrança exagerada por parte da concessionária, que, segundo eles, “faria um grande favor ao município se transferisse sua base para bem longe”. Ao todo são três praças de pedágio – uma principal e duas auxiliares – o que, de acordo com empresários locais, inviabiliza o desenvolvimento econômico, pois se paga pedágio até para o deslocamento de um bairro para o centro da cidade.
Vereadores não pagam
Enquanto os moradores do município reclamam da cobrança exagerada de pedágio, os membros da Câmara Municipal tem passe livre nas praças de cobrança da Concessionária Rio-Teresópolis, onde basta dizerem seus nomes para a luz verde ser acesa e a cancela levantar. Para alguns comerciantes essa relação entre a Câmara e a CRT não deveria existir, até porque a lei já libera do pagamento os carros oficiais e todos os 13 vereadores da cidade usam carros com placa branca ou de bronze.
“Eu particularmente não me sinto a vontade com essa gratuidade quando todos reclamam da cobrança excessiva. Já pedi à mesa diretora da Casa que encaminhe ofício à concessionária para que meu nome seja retirado dessa lista de beneficiário, pois não quero nenhuma relação com a CRT”, afirmou o vereador Álvaro Alencar.
Barreiras continuam
Além da falta de fiscalização por parte do Poder Legislativo que reprovou a abertura da CPI, a Concessionária Rio-Teresópolis continuam sendo beneficiada com o funcionamento de três barreiras colocadas estrategicamente nas entradas para Piabetá para evitar que motoristas de caminhões fujam do pedágio. Nessas barreiras atuam guardas municipais e funcionários que seriam da CRT. Eles ficam fiscalizando o tráfego e se o motorista não provar que está indo fazer entregas no comércio de Piabetá ou que more na cidade, é impedido de entrar.
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