Situação de Lindberg Farias fica insustentável dentro do PT
A situação do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) dentro do partido está a cada dia pior. Embora seja o “lanterninha” nas pesquisas de intenção de votos para governador e tenha um índice de rejeição de 21%, ele continua batendo de frente e provocou um racha na legenda. A posição dele ficou insustentável na semana passada, quando vários prefeitos se uniram para protestar contra a decisão do diretório regional, que deu a ele todo o tempo de propaganda gratuita na televisão. O único a apoiar Lindberg é o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que até hoje não perdoou o governador Sérgio Cabral por ter sido demitido do cargo de confiança que tinha no início da gestão de Cabral.
“Estou me sentindo um prefeito de segundo escalão, um prefeito paraguaio”, protestou o prefeito de Paracambi, Tarciso Pessoa, lamentando que os prefeitos petistas perderão a chance de prestar contas à população.
Para os demais prefeitos do partido (o PT tem 10), Lindberg não está sendo nada inteligente com essa postura “excludente e oportunista”. “Os prefeitos do interior estão sendo prejudicados pela segunda vez no ano. Lindberg não está tomando decisão muito sábia agindo desse jeito. Se eu fosse candidato, como ele, estaria procurando agradar aos meus colegas prefeitos”, disse Paulo Mustrange, prefeito de Petrópolis, com o qual faz coro o prefeito de Silva Jardim, Marcelo Zelão.
Desagravo
Revoltados com a posição diretório estadual em favor de Lindberg, oito prefeitos decidiram elaborar uma carta de desagravo, documento que será entregue ainda essa semana à direção nacional do PT.
Para o prefeito de Belford Roxo, Alcides Rolim, a postura de Lindberg “é uma afronta aos deputados e aos prefeitos”. Embora adotando um tom mais leve, o prefeito de Mesquita, Artur Messias, também externou sua insatisfação. “A decisão do diretório deixou prevalecer a lógica de que uma única prefeitura possa expressar ou mesmo representar as demais nas suas realizações”, afirmou Artur.
Os oito prefeitos tem o apoio do presidente regional do partido, Alberto Cantalice. “Com essa postura de tentar, a todo custo, a candidatura própria, Lindberg demonstra o seu caráter oportunista e excludente. O partido está rachado, fragmentado, por culpa dele”, concluiu Cantalice.
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