Promotores estão de olho nas manobras que antecipam eleições dos presidentes dessas casas
O Ministério Público Estadual está fechando o cerco sobre as câmaras de vereadores. O objetivo evitar que os presidentes dessas casas continuem alterando as regras da eleição para comporem as mesas diretoras, como meio de permanecerem no poder. O MP deverá propor ainda essa semana, ações contras as Câmaras de Nova Iguaçu, Magé, Guapimirim e Casimiro de Abreu, cidades onde as regras já foram alteradas. O caso mais grave, de acordo com uma fonte do Ministério Público, é o de Nova Iguaçu, onde o grupo que apoia o presidente Marcos Fernandes (DEM), fez uma emenda na Lei Orgânica e ampliou de dois para quatro anos o mandato do presidente e dos demais membros da mesa.
“Em Nova Iguaçu o que aconteceu foi um golpe. Marcos Fernandes empurrou a proposta e seus apoiadores engoliram. A idéia dele é ter poder de fogo para enquadrar a futura prefeita, Sheila Gama, às pretensões do pessoal do DEM, que quer garantir espaço no governo quando Lindberg Farias deixar a prefeitura”, afirmou um vereador do bloco do governo. Por conta dessa manobra, Fernandes vem sendo chamado de “Hugo Cháves da Baixada”.
No município de Casimiro de Abreu o presidente da Câmara, João Medeiros (PSC), aprovou uma resolução que o permite convocar eleições para a mesa diretora a hora que ele bem entender, quando o certo seria fazê-la em dezembro de 2010, quando termina os mandatos dos atuais presidentes de Câmaras.
Em Magé, o presidente da Câmara, Anderson Cozzolino, o Dinho (PMDB), cujo mandato termina no dia 31 de dezembro do próximo ano, foi reeleito no início deste mês. Ele antecipou a eleição em 14 meses e contou com apoio da maioria absoluta dos membros da Casa. O exemplo de Dinho foi seguido pelo presidente da Câmara de Guapimirim, Marcelo Emerick, que está de olho na cadeira de prefeito, uma vez que o mandato do prefeito Junior do Posto está sendo mantido por uma decisão judicial que pode ser alterada a qualquer momento.
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