sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ecologicamente correto

Lixão de Bongaba, em Magé, dará lugar a Centro de Tratamento de Resíduos modelo

O Centro de Tratamento de Resíduos de Bongaba (CTR), está saindo do papel, deixando de ser um sonho de ambientalistas e especialistas no descarte correto de lixo para se transformar numa realidade que, além de ser ecologicamente correta já está gerando emprego e renda. O primeiro passo foi dado no dia 8 de novembro de 2010, quando o prefeito Rozan Gomes decretou situação de emergência na área do desordenado lixão e seu entorno, para dar inicio a concretização do projeto, que além acabar com a exploração de jovens carentes por parte de uma empresa de reciclagem, está proporcionando a recuperação da área do depósito de lixo, fonte de poluição ambiental e foco de doenças há mais de 30 anos.
A cargo da empresa Marca Ambiental, o projeto é considerado um dos mais completos do mundo e, segundo alguns especialistas, supera em técnica e funcionabilidade o do CRT de Adrianópolis, em Nova Iguaçu, construído e explorado pela empresa S/A Paulista. De acordo com técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o CTR de Bongaba vai resolver de vez o problema de descarte de lixo no município, podendo inclusive atender a cidades vizinhas.
Segundo a diretora de Meio Ambiente de Magé, Ana Paula Pacheco, o CTR representa uma grande conquista. Desde 2001, quando assumiu a Secretaria Municipal de Meio Ambiente que ela sonha com essa realidade. Ana Paula deixou o cargo em 2004 e o projeto focou esquecido, sendo retomado no ano passado.
“Antes mesmo de entrar para a vida pública esse lixão me incomodava muito. Tive a satisfação de iniciar a construção do CTR e creio que esse problema estará definitivamente resolvido”, disse Rozan Gomes, que está licenciado do cargo de prefeito desde o dia 1º de janeiro.
O CTR de Bongaba recebeu a licença ambiental na última terça-feira. O documento foi liberado pelo Inea, que aprovou integralmente o projeto. A área vem sendo submetida pela empresa Marca Ambiental a um processo de recuperação e estabilização. Vem sendo feita a implantação dos sistemas de drenagem, captação de chorume, espalhamento, compactação e cobertura do lixo, além do acompanhamento da estabilidade dos maciços, ações de controle combate a vetores e implantação e operação do sistema de monitoramento ambiental (águas superficiais e subterrâneas), transformando-o o antigo lixão em aterro controlado, visando minimizar os impactos ambientais, até que seja implantado, em definitivo, no mesmo local, o Centro de Tratamento de Resíduos.
Segundo Ana Paula - apontado pelos especialistas como uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança - o aterro sanitário de Bongaba, contará ainda, com um sistema de autoclave, um tratamento térmico que consiste em manter o material contaminado, como lixo hospitalar, por exemplo, sob pressão à temperatura elevada, através do contato com o vapor d´água, durante um período de cerca de 40 minutos para destruir todos os agentes patogênicos. Depois, o lixo é triturado e pode ser descartado no próprio aterro, que não possui mais perigo de contaminação.

Catadores são aproveitados
Quando, no dia 17 de dezembro do ano passado os cerca de 120 catadores de lixo que atuavam no entorno do lixão de Bongaba para uma empresa de reciclagem foram avisados de a partir daquela data eles não poderiam mais trabalhar ali, atuação que é proibida inclusive for força de lei, muitos se revoltaram. Inflamados por gente interessada nessa exploração de mão-de-obra barata, muitos reagiram, mas hoje o clima é de tranqüilidade e satisfação.
Alguns desses trabalhadores foram aproveitados pela empresa que toca o projeto e trabalham com carteira assinada e recebendo todos os benefícios previstos pela legislação trabalhista. O lixão e a presença dos catadores vinham sendo questionados pelo Ministério Público desde 1998, quando o município era governado pelo prefeito Nelson Costa Melo, o Nelson do Posto. Como a Prefeitura não tomava nenhuma providência, a partir de 2002 a administração municipal começou a receber multas diárias.

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