sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sobre um grande amigo

Hoje, não sei por que, acordei com saudades de Reinaldo Silva, um jornalista da antiga, assassinado em São Gonçalo há 15 anos. Bom companheiro e para mim um mestre, Reinaldo tem muito a ver com a minha carreira. Em 1987 me contratou como repórter especial do centenário O Fluminense e me pôs para viajar estado a fora, me possibilitando produzir grandes reportagens, trabalho que me rendeu alguns prêmios e vasta experiência.

Meu grande incentivador - quando estava cheio do gabinete que ocupava no quinto andar do edifício sede do jornal, na Rua Visconde de Itaboraí , em Niterói - Reinaldo gostava de viajar comigo. Lembro-me que numa dessas viagens ele foi cantando a música Los Hermanos, um hino a liberdade, composição de Athaualpa Yupanqui imortalizada pela voz de Mercedes Sosa.

Obrigado, Reinaldo. Você foi um grande irmão e nesse momento deve estar sentado numa nuvenzinha aconchegante e lembrando-se desse dia, em que mesmo sofrendo com sua voz desafinada, consegui te acompanhar na última estrofe: Yo tengo tantos hermanos / Que no los puedo contar / Y una hermana muy hermosa / Que se llama libertad.

Como não acredito no acaso e tenho motivos de sobra para crer que tudo tem seu motivo, essa saudade repentina que hoje me abateu tem lá sua razão. Então vamos parar um pouco para refletir com esse lindo poema de Athaualpa Yupanqui.

Los Hermanos

Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
En el valle, la montaña,
En la pampa y en el mar
Cada cual con sus trabajos
Con sus sueños cada cual
Con la esperanza delante,
Con los recuerdos detras
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar

Gente de mano caliente
Por eso de la amistad
Con un lloro pa’ llorarlo
Con un rezo pa’ rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre esta mas alla
Y esa fuerza pa’ buscarlo
Con tezon y voluntad.

Cuando parece mas cerca
Es cuando se aleja mas
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar.
Y asi seguimos andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar.

Y asi nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por las coplas que mordemos
Semillas de inmensidad.
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar

Y asi seguimos andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa’ que nadie quede atras.

Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y una hermana muy hermosa
Que se llama libertad.


0 comentários: