domingo, 5 de setembro de 2010

E a culpa é da vítima

O dirigente do PSDB, Eduardo Jorge, além das contas do Banco do Brasil e da quebra de sigilo verificada em Mauá, em São Paulo, teve o sigilo fiscal violado outras dez vezes na cidade de Formiga, em Minas Gerais, mas isso, para os petistas do governo, não significa nada. Eles acham normal, pois entendem que o aparelhamento do estado está aí para ser usado como braço de sustentação do PT.

Descobriu-se agora - e foi a imprensa quem o fez - que o contador que usou documento falso para violar o sigilo fiscal da filha de José Serra era filiado ao PT. Os petistas apressaram-se em dizer que não, mas a Justiça Eleitoral confirmou que sim. Então completaram: E daí? É como se quisessem afirmar algo assim: Quebramos o sigilo sim e os atingidos que se danem, pois nós somos do governo e com a gente não tem esse negócio de respeitar os direitos civis dos cidadãos.

Quando o governo deixa de representar o país para gerir interesses de sua legenda, permitindo que as instituições que deveriam ser republicanas sejam usadas como instrumentos de um estado policial, ele está querendo dizer que não está ali para respeitar as regras de um estado democrático de direito. No caso das violações de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato do PSDB a Presidência da República, o governo deveria ter agido logo e com firmeza. Não fez nada disso. Tentou varrer a sujeira para debaixo do tapete, mas ai apareceu a imprensa - que o presidente e os petistas tanto odeiam - e mais uma fez meteu o dedo na ferida.

Vazado o crime, em vez de assumir a responsabilidade pela falta de controle do órgão, vem o secretário geral da Receita Federal tentando amenizar as coisas, surge o presidente repetindo as mesmas lengalengas de sempre e os dirigentes petistas apelando para aquela velha e desgastada teoria da conspiração: Isso é jogo baixo da oposição.

Quem ouve Lula, Dilma e seus companheiros falando sobre essas violações, entende que eles estão querendo dizer o seguinte: Somos capazes de tudo para nos perpetuarmos no poder. Dane-se a democracia!


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