sábado, 11 de setembro de 2010

Cedae vai receber ultimato em Valença

Serviço caro e ruim revolta a população que não quer a empresa operando na cidade

O prefeito interino de Valença, Luiz Fernando Graça anunciou o inicio dos procedimentos administrativos para anular o contrato firmado com a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), que passou a explorar o serviço de abastecimento de água no município no ano passado, por decisão do ex-prefeito Vicente Guedes, que assinou o contrato sem ouvir a população e a Câmara de Vereadores. Nessa segunda-feira ele vai se reunir com a direção da estatal, que já foi notificada pela Prefeitura.

Graça tomou a decisão depois de ouvir os moradores em audiência pública realizada na cidade, com a presença do diretor de interior da Cedae, Heleno Silva dos Santos que, segundo alguns participantes da audiência, teria se comportado de maneira arrogante, ignorando que em vez de soluções a empresa só trouxe problema para os moradores.

O blog teve acesso ao áudio da sessão, na qual o diretor da Cedae, logo na abertura de sua fala afirmou que os moradores da cidade, antes da chegada da empresa, “estavam bebendo cocô e não reclamavam”. A afirmação do diretor irritou bastante os moradores que firmaram uma posição: não querem que a Cedae continue operando no município.

“Desde o início fui contra o contrato com a Cedae e lamento que o prefeito anterior não tenha consultado os moradores e a Câmara Municipal sobre o assunto. Decidi iniciar o processo administrativo e a Cedae já foi notificada sobre o assunto”, disse o prefeito interino, que nos próximos dias poderá emitir um decreto anulando o contrato, que a seu ver e pela opinião da maioria dos moradores, está sendo péssimo para o município.

Um ano e meio de problemas

Eleito no dia 5 de outubro de 2008, o prefeito Vicente Guedes foi cassado em julho pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele ficou apenas 18 meses, pouco tempo para ele, mas uma eternidade para os moradores, já que a população não ficou nada satisfeita com as ações do seu governo, sendo duas delas apontadas como desastrosas: o convênio com a Cedae e a demolição do parque municipal de eventos, avaliado em R$ 10 milhões.

Desde que a Cedae passou a operar o sistema de abastecimento de água na cidade, antes gerido pela empresa Companhia da Água, uma permissionária, cujo contrato terminou em fevereiro do ano passado, as contas pelo consumo do líquido, em alguns casos, tiveram aumento de até 1000%. Quem pagava apenas R$ 14 por mês antes do convênio, passou a pagar R$ 230 e teve morador que recebeu fatura de R$ 500.


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