Hoje à tarde, na Cinelândia, no centro do Rio, ouvi um petista dizer que “essa imprensa está abusando”. Se referia à matéria de capa da Veja dessa semana, sobre o escandaloso tráfico de influência na Casa Civil do governo Lula, envolvendo a ministra Erenice Guerra, seus filhos e uma irmã.
Pois é, quando a notícia é ruim para eles a imprensa não presta. Foi assim no caso do mensalão, mega esquema de corrupção montado pelo ex-ministro José Dirceu e o empresário Marcos Valério; no caso dos dólares na cueca para a compra de um dossiê fajuto contra José Serra e, agora, mais recentemente, na revelação dos crimes de quebras de sigilo fiscal. Resumindo: para os petistas, jornalista bom é que não fala e não escreve.
Entre as tantas sacanagens apontadas em direção da família Guerra. Está o fato de uma irmã da ministra da Casa Civil, ter autorizado o governo a contratar sem licitação o escritório do próprio irmão da ministra. Esse contrato de consultoria foi feito pelo Ministério de Minas e Energia, onde é forte a influência de Erenice e da ex-ministra Dilma Rousseff.
Erenice trabalha nesse ministério com Dilma e saiu de lá quando a hoje candidata do PT a Presidência da República foi comandar a Casa Civil, mas a irmão da substituta de Dilma, Maria Euriza Alves Carvalho, ficou por lá como consultora jurídica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Foi exatamente através da EPE que Maria Euriza autorizou a contratação do escritório Trajano e Silva Advogados, por um valor de R$ 80 mil, beneficiando diretamente o irmão, Antônio Alves Carvalho.
De acordo com a reportagem da revista Veja, o tal escritório é o mesmo usado pelo filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, Israel Guerra, “para despachar, fazer lobby e cobrar propina de empresários que tentam negociar contratos com o governo”.
Como eles são fortes demais diante do povo que idolatra Lula, vão alegar que estão sendo perseguidos. Apelarão de novo para a teoria da conspiração e tudo sairá bem.
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