sábado, 24 de julho de 2010

MPF investiga falta de medicamentos em Nova Iguaçu

O caos na rede municipal de Saúde de Nova Iguaçu já resultou em dez pedidos de prisão, oito contra o secretário de Josemar Freire e dois contra prefeita Sheila Gama. Os pedidos são feitos pelo Ministério Publico sempre que a administração municipal deixa de comprar os medicamentos de uso contínuo que tem de ser distribuídos a portadores de doenças crônicas. A situação que já era ruim, afirmam funcionários do setor, vem piorando a cada dia, porque a atual gestão vem deixando de abastecer os postos médicos e as unidades mistas. “Está faltando tudo aqui. Está pior que no tempo de Lindberg”, disse uma funcionária da Unidade Mista de Vila de Cava.

Por conta da falta de abastecimento das unidades de atendimento médico, o Ministério Público Federal instaurou, no último dia 13, inquérito civil público para investigar a falta de medicamentos na rede. O procurador federal Sérgio Luiz Pinel Dias, deverá convocar nos próximos dias a prefeita Sheila Gama e o secretário de Saúde, Josemar Freire para explicar o desabastecimento.

“Eles podem alegar o que quiserem, menos falta de dinheiro. Os repasses são feitos pontualmente, todos os meses pelo governo federal através do Sistema Único de Saúde. Além disso, a Prefeitura tem a obrigação de investir também recursos próprios no setor, que está cada vez mais complicado”, diz um membro do Conselho Municipal de Saúde.

Responsabilidade

De acordo com estimativa de alguns conselheiros, a dívida da Secretaria Municipal de Saúde deve chegar a R$ 600 milhões e o setor está inadministravel, mas até agora, apesar de ter recebido o que seus aliados chamam de “herança maldita”, a prefeita Sheila Gama tem feito de tudo para não tornar públicao a situação encontrada;

“A prefeita se sente agradecida a Lindberg que deixou dois anos de governo para ela e por isso fica tentando tapar o sol com a peneira. Se ela não passar a vassoura embaixo do tapete vai acabar sendo responsabilizada na Justiça pelos erros do antecessor. Ela não quer prejudicá-lo politicamente e vai acabar pagando caro por isso”, completou o membro do Conselho Municipal de Saúde.


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