sábado, 24 de julho de 2010

Mais dois na lista dos sanguessugas

Prefeito e ex-prefeito de Itaboraí são processados por fraude em licitação para compra de ambulância

A lista de políticos envolvidos com a Máfia dos Sanguessugas, esquema de corrupção montado com verbas destinados pelo governo federal para compra de ambulâncias pelos municípios acaba de ganhar mais dois nomes. O Ministério Público Federal propôs ação de improbidade administrativa contra o atual prefeito de Itaboraí, Sérgio Soares (PP) e o ex-prefeito Cosme Salles (PMDB).

O MPF constatou o envolvimento deles no esquema e propõe na ação a indisponibilidade dos bens dos dois para garantir o ressarcimento de prejuízos causados aos cofres públicos. Além disso foi solicitado na ação o afastamento do prefeito. O mesmo pedido foi feito em relação a Cosme Salles, mas este não ocupa nenhuma função pública atualmente. Cosme é candidato a deputado estadual, mas existe um pedido do Ministério Público Eleitoral para que seu registro seja impugnado.

De acordo com o relatório final apresentado pela Procuradoria da República de São Gonçalo, a fraude em Itaboraí aconteceu no convênio feito com o Fundo Nacional de Saúde 22/ 2000, assinado em 2000, na gestão do prefeito Sérgio Soares, que retornou ao cargo em janeiro do ano passado. O objeto era a compra de uma ambulância por R$ 76.800. A Procuradoria constatou que a fraude começou no processo licitatório, com a concorrência sendo direcionada para uma das empresas do grupo Planan, que vendeu ambulâncias para mais de duas mil prefeituras, com recursos liberados pelo Ministério da Saúde a partir de emendas parlamentares.

Cosme Salles sucedeu Sergio Soares e ficou responsável pela execução do convênio. O dinheiro foi garantido por uma emenda do então deputado Dino Fernandes e, segundo concluiu a Controladoria Geral da União (CGU), o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 12.800,00, com a ambulância tendo sido adquirida com valor acima do mercado.

Sobre o assunto a assessoria de Sergio Soares explicou que ele assinou o convênio no dia 21 de junho de 2000, mas ele não teve envolvimento na execução da licitação. Já o ex-prefeito Cosme Salles, que foi o executor do convênio, não foi encontrado para comentar o fato.


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