sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Só na base da pressão

Depois de protesto público, prefeito de Casimiro de Abreu decide manter doações de terrenos.

Uma semana após o protesto solitário do desempregado Everaldo da Cruz Santos que - de megafone em punho e nariz de palhaço - foi às ruas gritar contra a administração municipal, o prefeito Antonio Marcos Lemos resolveu entregar a famílias carentes os terrenos da área denominada Perimetral Leste, cujas doações já tinham sido feitas no ano passado pelo então prefeito, Paulo Dames, mas a ação foi embargada por Antonio Marcos. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, no dia 14, foi feita uma vistoria técnica na área para que pudesse ser emitida a licença ambiental para liberar os 168 lotes.

O secretário de Meio Ambiente, Marco Antonio Faria Lobo alegou que os terrenos foram doados sem a devida documentação, mas para alguns beneficiados a razão de o atual prefeito ter suspendido o ato do ex-prefeito foi política. “Ele (Antonio Marcos), fez de tudo para dificultar as coisas. Ele está querendo apenas aparecer como pai da criança, mas vai assumir o filho dos outros. Somos todos carentes e o prefeito veio com a história de que queria saber se os beneficiados realmente precisavam desses lotes”, disse uma moradora da periferia da cidade que está esperando a confirmação da doação do terreno para tentar fazer uma casinha e poder viver com dignidade.



Perseguição

Everaldo foi um dos contemplados com um lote na Perimetral Leste e ficou irritado com a suspensão da doação por parte do atual prefeito. “Recebemos as escrituras em novembro. Mas o novo governo embargou alegando que as pessoas não estavam dentro dos parâmetros. Um dos critérios dizia que o beneficiário não poderia possuir nenhum outro bem. Também foi estabelecido que os terrenos deveriam estar cerca de 30 metros de distância do rio que corta o loteamento. Não tinha nenhum bem em meu nome, eles erraram na medição dos terrenos. Fizeram nova marcação e descobriram que as casas estavam a 27 metros do rio”, disse Everaldo.

Já Adriana da Silva Taveira, também beneficiada com um lote, acredita que o embargo de Antonio Marcos foi por perseguição política. Ela disse que trabalhava na Secretaria Municipal de Saúde há seis anos e foi demitida por ter ajudado na campanha do adversário do atual prefeito, José Alexandre. “Recebi o lote no governo passado. Antonio Marcos não tinha o direito de vedar meu direito. Tive de me mudar para a casa do meu sogro”, desabafou Adriana.



De megafone em punho e nariz de palhaço Everaldo foi às ruas protestar




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