sábado, 29 de agosto de 2009

Saúde ainda é alvo da Câmara de Nova Iguaçu

Grupo força a barra para emplacar a vereadora Marli Freitas como secretária.

A queda de braço entre os vereadores e o prefeito Lindberg Farias continua. Depois da audiência pública em que o secretário de Saúde, Marcos Souza, foi sabatinado e encostado na parede, os vereadores voltam a ameaçar o governo e já falam em abrir uma CPI da Saúde e querem que o responsável pela FioCruz, Antonio Ivo, compareça à Câmara para uma audiência pública. Na verdade, admitem alguns vereadores, “a encostada na parede” é para ver se conseguem emplacar como secretária de Saúde a vereadora Marli Freitas, que já ocupou o cargo por um ano e meio, deixando-o sob uma chuva de denúncias de irregularidades.

Semana passada, um grupo de vereadores chegou a conversar com representantes do governo para tentar um acordo. Se recuperando de uma cirurgia nas cordas vocais, o prefeito mal tem aparecido na cidade e quando aparece é para fazer campanha. A última crise foi a ameaça do governo em demitir mais pessoas dos postos de saúde, o que o grupo de vereadores diz não admitir. A explicação do governo é de que a FioCruz fez um levantamento e constatou que tem gente demais nos postos.

“Nunca ouvi uma besteira maior do que essa. Os postos não têm ninguém. Para encontrar médico é um problema. Queria saber de que cidade esse pessoal está falando”, lamenta a dona de casa Wilma Ferreira, moradora do bairro Comendador Soares.

“A verdade é que eles querem colocar nos postos o pessoal da FioCruz”, garante um funcionário da prefeitura que prefere não se identificar. Enquanto isso, o governo continua analisando o currículo de mais de duas mil pessoas que se inscreveram para trabalhar sob contrato temporário de 10 meses. A maioria dos cargos é, exatamente, na Saúde.

De seu lado, os vereadores resolveram endurecer e não aprovar as mensagens do prefeito. A vedete do momento são as contas do exercício de 2007. Elas devem ser votadas nos próximos dias. Técnicos do Tribunal de Contas reprovaram enquanto conselheiros aprovaram. Segundo especialistas, existem várias irregularidades. Caso sejam reprovadas na Câmara, o prefeito poderá ficar inelegível e terá que recorrer da decisão. Essa deverá ser a maior moeda de troca a ser utilizada pelos vereadores.





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