sábado, 1 de agosto de 2009

Impunidade, teu nome é Magé

“A família Cozzolino faz o que bem entende e fica por isso mesmo”.

“Isso não é nenhuma novidade. Aqui é assim mesmo. Nada acontece com esse pessoal”. A afirmação, em tom de desabafo, foi feita na última quinta-feira por um funcionário aposentado da prefeitura de Magé, após ler a matéria ”Uma lista sob suspeita”, veiculada pela TRIBUNA DA REGIÃO, dando conta de que administração municipal pode estar sendo usada como balcão de negócios possivelmente em benefício de pessoas ligadas a prefeita Núbia Cozzolino (PMDB) e de vereadores aliados.

Desolado, o servidor que dedicou quase 40 de sua vida ao município tem um bom motivo para apostar na impunidade: ele já ganhou um processo contra a prefeitura em todas as instâncias, a Justiça já falou até em intervenção por causa do descumprimento da sentença, mas nada aconteceu até agora e ele não recebeu nenhum centavo. O servidor teve os proventos reduzidos em 80% pela prefeita Núbia Cozzolino e por seus cálculos tem quase R$ 200 mil a receber. Ele está doente e a cada dia vai perdendo um pouco mais de esperança.

“Magé hoje é conhecida como cidade sem lei. Essa família Cozzolino faz o que quer e não dá nada. Na tal de Operação Cidade Fantasma falou-se no envolvimento dessa gente com coisa feia e não deu em nada. Todo mundo sabe que “Núbia, Núcia, Jane, Dinho e Charles Cozzolino tratam o município como propriedade deles e fica tudo por isso mesmo. Leio essa matéria e fico rindo, pois o jornalista está perdendo tempo e gastando espaço a toa. Eles estão se lixando, pois acham que estão mesmo acima da lei e o braço da Justiça nunca irá alcançá-los”, completou.

Em nome de terceiros

De acordo com documento ao qual o jornal teve acesso, vereadores aliados teriam recebido, através de terceiros, pagamentos variando entre R$ 5 mil e R$ 6,5 mil, por aluguel de caminhões e equipamentos. Na planilha ainda aparecem três supostos pagamentos no total de R$ 90 mil em três nomes diferentes, com um mesmo número de CPF que pertence a uma pessoa cujo nome não aparece na lista.

Outro CPF de terceiro aparece em dois pagamentos – um de R$ 10.849,00 e outro de R$ 9 mil - atribuídos a “Jane” e “Renatinho”. Essas anotações chamam a atenção porque a prefeita Núbia Cozzolino tem uma tem uma irmã chamada Jane (a ex-deputada Jane Cozzolino) e um irmão e um primo conhecidos como Renatinho, mesmo nome de um suplente de vereador.

Ex-deputada será investigada

Embora impedida de ocupar qualquer cargo público por um período de oito anos, por ter sido cassada pela Assembléia Legislativa sob acusação de nomear fantasmas em seu gabinete para receber o chamado auxílio-educação, que passou a ser conhecido como “Bolsa-Fraude”, a ex-deputada Jane Cozzolino é quem estaria comandando a Secretaria Municipal de Educação, cargo oficialmente ocupado por Ionete Machado dos Reis.

Denúncia nesse sentido foi encaminhada ao Ministério Público com pedido para que seja investigada a possível influência dela no órgão, que tem um dos orçamentos mais altos do município. De acordo com a denúncia, as ações da secretaria seriam autorizadas pela ex-deputada, cabendo a secretária nomeada apenas assinar a documentação do órgão, que funciona na localidade de Fragoso.

A promotoria deverá investigar ainda se a ex-deputada e o companheiro dela, o vereador Valdec Ferreira Matos da Silva tem alguma ligação com uma empresa encarregada da construção de uma escola-modelo na localidade de Mauá, o que se for verdade é proibido por lei.




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