segunda-feira, 4 de abril de 2011

Violência assusta em Itaguaí

Entre mais de cinco mil municípios, a cidade é a 47ª em assassinatos de jovens

Entre os mais de cinco mil municípios brasileiros Itaguaí é destaque em termos de violência, considerada uma cidade dominada pelo medo e a insegurança. De acordo com o Mapa da Violência no estado do Rio de Janeiro, divulgado em fevereiro, Itaguaí é a quarta cidade mais violenta do território fluminense em assassinatos de adultos e, a nível nacional, ocupa a 47ª colocação em crimes de mortes praticados contra jovens e a 88ª no cômputo geral.
Os números vergonhosos que apavoram a população, parecem não incomodar em nada as autoridades locais. O prefeito Carlos Busatto Junior, o Charlinho, sequer toca no assunto e na Câmara Municipal o silêncio toma conta dos onze vereadores. O policiamento ostensivo é feito pelo 24º Batalhão da Polícia Militar que não vem dando conta do recado. A Polícia Civil atua com a 50ª DP, mas tem servido mesmo é para registrar as estatísticas da violência, considerando o baixíssimo número de casos esclarecidos, o que pode ser atribuído à falta de recursos materiais e ao pequeno efetivo. No caso da Polícia Militar essa mostra competência quando acionada pelo Poder Executivo, como fez em janeiro no bairro Chaperó, onde usou gás de pimenta para despejar famílias carentes que ocuparam casas construídas com o dinheiro público.

Crimes políticos
A violência que parece não incomodar as autoridades locais já ceifou também vidas de políticos de Itaguaí. No dia 9 de junho de 1991 o prefeito Abeilard Goulart de Souza foi assassinato nas proximidades de sua casa. Depois dele foi morto o vereador Dalton Apolinário, o secretário de Transportes Elias dos Santos, conhecido na cidade como poderoso e também Severino Salustiano, pai de Saulo Salustiano, vice de Abeilard que assumiu a Prefeitura com a morte do prefeito e hoje é secretário de Governo.
O prefeito Carlos Busatto anda cercado de seguranças e usa carro blindado. Alguns vereadores também têm seguranças particulares recrutados entre policiais militares que atuam no município. Abeilard e Severino hoje são nomes de escolas da rede municipal de ensino e ninguém fala mais neles. O nome do vereador Dalto Apolinário foi dado a uma rua e o crime permanece impune.

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