terça-feira, 19 de abril de 2011

Defensores de Seropédica correm contra o tempo


Está tudo acertado para que a Comlurb, autarquia responsável pela limpeza urbana no município do Rio de Janeiro, comece a descartar em Seropédica pelo menos oito toneladas diárias de detritos recolhidos na capital fluminense, no Centro de Tratamento de Resíduos que está sendo construído na Fazenda Santa Rosa, sobre o Aquifero Piranema, que deveria ser preservado.
O início das operações de descarte do lixo está marcado para junho e até lá a Associação de Docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Adur-RJ), corre contra o tempo. A entidade está promovendo cinco ações judiciais contra o funcionamento do CTR e tem feito manifestações públicas. A última foi no dia 31 de março, na Assembléia Legislativa, mas até agora nenhuma autoridade “comprou” a briga contra o CTR.
“Estamos sozinhos nessa luta. Desde 2007 venho brigando contra isso na Justiça e na Câmara de Vereadores contra a instalação do CTR. O esforço da Adur também é grande, mas estaríamos mais fortes se a reitoria da UFRRJ entrasse nessa luta com a gente, federalizando a demanda, acionando, por exemplo, o Ministério Público Federal, por conta dos danos que o CTR poderá causar a esse patrimônio que a universidade rural”, afirma o vereador Valter Valeriote, o Valtinho do Frigodutra.
Ao todo, o CTR de Seropédica vai receber cerca de 20 toneladas de resíduos por dia, entre lixo doméstico, hospitalar, industrial e restos da construção civil. Além dos danos ambientais e ao patrimônio histórico representado pela maior universidade pública da América Latina, o CTR causará transtornos aos moradores de Seropédica e Itaguaí, mas nenhum dos dois prefeitos se manifesta em apoio aos protestos. Alcir Martinazzo, de Seropédica, assiste o prefeito do Rio, Eduardo Paes entrar na cidade como se o município fosse extensão de sua cidade e o prefeito de Itaguaí, Carlos Busatto Júnior, o Charlinho, nada faz, mesmo o aterro sanitário fazendo divisa com seu município, pelo bairro Chaperó.
Por sua vez, o reitor Ricardo Motta Miranda, vem ignorando uma decisão do Conselho Universitário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, deliberando que a reitoria da instituição entrasse com uma ação, no âmbito federal, contra o aterro sanitário em Seropédica. 

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