sexta-feira, 29 de abril de 2011

Na marra não, senhores

Legitimidade e legalidade são palavras realmente desconhecidas pelos “digníssimos” vereadores de Magé, políticos eleitos para representarem o povo, mas que só cuidam mesmo de seus interesses pessoais. Ontem à tarde esses senhores deram mais uma mostra de que são mesmo capazes de tudo. Fizeram o que pode ser chamado de ação contra o estado de direito: tentaram tirar da vida pública o prefeito licenciado Rozan Gomes, que na próxima segunda-feira estará de volta a contragosto da tropa do prefeito interino que, a ferro e a fogo, defende a permanência de Anderson Cozzolino, o Dinho, para fazere depois o que só Deus sabe lá o que.
Os serviçais de Dinho mandaram um documento para Rozan assinar. Era um novo pedido de licença por mais 120 dias. À noite o prefeito licenciado me informou que não assinou, não assinará e que na próxima segunda-feira, com a legitimidade assegurada ao substituto legal da ex-prefeita Núbia Cozzolino, estará reassumindo o comando do município. É isso que a lei determina e é assim que tem de ser em um estado democrático de direito garantido pela Constituição da República Federativa do Brasil, embora em Magé muitos pensem que a Constituição seja outra.
Sou um grande defensor das comissões de investigação. Acho que o que está denunciado tem de ser esclarecido mesmo e, em havendo ilegalidade, tem de ser apontadas as responsabilidades e os responsáveis punidos. Entretanto, o que esses senhores estão fazendo é chantagem, um crime covarde como os muitos que tem ocorrido em Magé nos últimos anos.
Onde estavam esses senhores que não viram as sacanagens praticadas em nome do governo? Por que não apuraram nenhuma das denúncias apresentadas contra a prefeita Núbia e se calaram diante das denúncias de que irregularidades estariam sendo praticadas na Câmara da era Dinho? Calaram-se por que a omissão, o silêncio e a cumplicidade lhes eram convenientes, como agora lhes é obscuramente interessante a interinidade de Dinho.
Senhores, se querem mesmo apurar o que entendem estar errado, contem comigo. Terão todo o meu apoio e me proponho ser o porta-voz dos senhores, mas façam isso como cumprimento do dever que o mandato lhes impõe e não como instrumento de chantagem. Sim, chantagem, pois é isso que os senhores mesmo anunciam quando, em reuniões fechadas - cujas pautas acabam vazando - decidem que se o prefeito licenciado não tirar mais um período de licença ou renunciar para que as coisas continuem como estão, será alvo de seis CPIs.
Tem mais: Dinho, que está em pleno gozo de seus direitos políticos, tem legitimidade para pleitear ser prefeito um dia, mas para isso tem de ser eleito, sagrar-se vencedor nas urnas. Ele foi eleito vereador e depois escolhido por seus pares para ser o presidente da Câmara e, nessa condição, em eventual impedimento do chefe do Poder Executivo, ocupar a cadeira e reger os destinos do município, mas o limite disso é a lei e isso tem de ser respeitado, queiram os vereadores ou não. O impedimento, senhores, tem de ser natural e não imposto pela vontade pessoal de cada um dos que hoje estão sendo manipulados como soldadinhos de chumbo pelo general de estanho Anderson Cozzolino. 

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