terça-feira, 12 de abril de 2011

Porque sonhar é preciso


Temos o tamanho exato dos nossos sonhos e crescemos na medida em que os realizamos. Quando se planta uma árvore não se espera para o dia seguinte a sombra acolhedora nem os frutos que dela hão de vir. Esses benefícios requerem uma paciente espera e muitos cuidados. É preciso regar enquanto a chuva não chega. De todas as formas, é preciso cuidar. Assim devemos ser na vida. Se quisermos que o dia seguinte seja melhor, temos de fazer a nossa parte hoje. Se plantarmos nossos grãos de sonhos em solo fértil e a cada dia os regarmos com gotas de esperança e persistência, certamente faremos a colheita num belo amanhecer...
Talvez, ao ler essas primeiras linhas você diga em silêncio aí do outro lado: “O Elizeu Pires está meio piegas hoje. Acordou ridiculamente sentimental essa manhã”. Quem sabe? E, como diria meu bom amigo Afrânio, lá de Silva Jardim, vá saber... ou não!
Andei sobre nuvens até aqui, mas o fato é que noventa por cento das mensagens que recebo são de pancadas no lombo dos gestores públicos. É uma insatisfação geral. O dinheiro do Fundeb que deveria reforçar um pouco o fraco salário do professor é desviado para não sei onde e as autoridades não sabem o que fazer para estancar essa hemorragia. Nos últimos quatro anos o governo federal repassou R$ 17 bilhões para estados e municípios. Instituiu o bom programa de desenvolvimento para a Educação, mas esqueceu de criar mecanismos de fiscalização. Aí a bandalheira corre solta e estima-se que 40% do volume repassado de 2007 até hoje podem ter ido parar nas gavetas da corrupção, que em muitas administrações parece ter virado regra.
O município de Magé, por exemplo, recebeu, entre janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2010 repasses federais no total de R$ 587.437.770,45, sendo que mais de 10% disso foram para investimentos no setor de ensino. São exatos R$ 61.870.767,30, entre verbas para outros programas da Educação e do Fundeb, mas os professores brigam para receberem o que tem direito, mas lhes é ditatorialmente negado. O que esses gestores dos recursos públicos pensam? Aí sou obrigado a citar  Afrânio mais uma vez: Vá saber...
Volto a falar do sonho, da semente, dos cuidados... Se querem o amanhã diferente, pense-o hoje. Dê o primeiro passo e leve seus amigos, parentes e companheiros de trabalho nessa caminhada até chegar ao horizonte pretendido, pois após a montanha transposta há sempre um novo arrebol.


0 comentários: