segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vereador faz exame de insanidade

Membro da Câmara de Porto Real é processado por sequestro,

estupro, ameaça e lesão corporal

Acompanhado de advogado, o vereador Heitor Silvestre (DEM), de Porto Real, esteve na manhã dessa segunda-feira no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho, na Rua Frei Caneca, no Rio, para ser submetido a exame de insanidade mental. Ele responde a processo no qual é acusado da prática de crimes hediondos contra uma jovem de 24 anos, fato que causou revolta na cidade. A decisão de submeter o vereador ao exame foi tomada pela desembargadora Gizelda Leitão Teixeira, do Tribunal de Justiça, que acatou denúncia da Procuradoria-Geral de Justiça, que apontou crimes de lesão corporal, ameaça, sequestro e estupro.

O exame, entende a Justiça, se torna necessário para comprovar se o vereador está mesmo sofrendo de insanidade, conforme alegou o advogado Douglas Carreiro, que o defende e foi nomeado pela desembargadora como curador do acusado. Revoltados, moradores da cidade estão protestando contra a omissão do presidente do Legislativo, Jayme da Silva Pereira, a quem acusam de estar protegendo Heitor. Os moradores anunciam que pedirão, na Justiça, a suspensão do mandato do acusado, por entenderem que Heitor não tem condições de continuar representando o povo como membro do Poder Legislativo.


Mais estupros na cidade


Segundo especialistas, alguns criminosos acabam imitando outros quando percebem que não houve punição. Isso pode estar acontecendo em Porto Real. Desde que o vereador Heitor Silvestre da Silva foi acusado que outros três casos aconteceram em menos de quatro meses. Em um deles, a vítima chegou a chamar a Polícia, mas os policiais não chegaram a tempo. Um suspeito foi detido, mas liberado depois por falta de provas. Ele não pôde ser reconhecido porque estava com uma roupa de criança tapando o rosto.

Diante do crescimento do crime na cidade. As mulheres estão pedindo a implantação de um Núcleo Integrado de Atendimento a Mulher (Niam). “Quando um vereador faz uma coisa como essa, a gente fica mesmo sem saber o que pensar. Esses outros homens devem ficar achando que podem fazer o que quiserem. Alguém precisa ajudar as mulheres de Porto Real”, reclama uma moradora do bairro Vila Real. Mulheres dos bairros Colina, Bulhões e Vilage também se manifestaram. Mas todos têm medo de se identificarem.

Enquanto isso, a Câmara de Vereadores continua parecendo ignorar o caso. A única vereadora que está ao lado das mulheres é Bianca Diniz. O abaixo assinado pedindo a criação do Niam foi entregue a ela. Heitor alega que “estava fora dos sentidos” quando atacou a moça. A vítima, de 24 anos, contou em depoimento que Heitor invadiu sua casa, a levou para um terreno baldio nos arredores da cidade onde a espancou. Depois ela teria sido levada para um motel em Resende onde passou a noite sendo obrigada por ele a fazer sexo.




Heitor Silvestre chegou tenso ao hospital psiquiátrico





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