Parece que os nobres ministros do Supremo Tribunal Federal estão muito preocupados com o “mal” que a imprensa pode vir a causar aos figurões que há muitos anos vem enriquecendo a custa da coisa pública. A decisão tomada nessa quinta-feira pela corte máxima o país em favor de Fernando Sarney - mantendo censura imposta ao jornal o Estado de São Paulo em julho pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, impede que a opinião pública fique sabendo as quantas anda uma investigação da Polícia Federal no inquérito aberto a partir da Operação Boi Barrica - é um golpe duro contra a democracia e fere de morte a liberdade de imprensa.
Nesses meus 28 anos de jornalismo nunca vi uma decisão do STF contra nenhum figurão, jamais vi uma sentença dessa corte destituindo medalhões da política, essa classe asquerosa que vive fazendo o povo de bobo e metendo a mão nos impostos que somos obrigados a pagar. Muito pelo contrário. O que tenho visto é o STF - o mesmo que entregou Olga Benário nas mãos dos nazistas e compactuou com atos absurdos da ditadura militar - sempre livrando, como o último a falar num processo judicial, a barra dessa gente
Durante o julgamento em que o recurso do Estadão foi arquivado, o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, apressou-se em justificar a mordaça, dizendo que a honra e a intimidade citados por Dácio Vieira para impor a censura ao jornal, têm de ser preservadas. Queria ver era Gilmar Mendes - responsável pelo despacho que livrou o banqueiro Daniel Dantas da prisão, botar na cadeia os mensaleiros do PT, a quadrilha do Planalto Central sustentada pelo esquema do governador José Roberto Arruda, pois para mim quem se tranca numa sala do poder para receber pacotes de dinheiro está é roubando o povo.
Defender os Sarney é mole. O que o país inteiro gostaria de ver é esses ministros lutando contra a corrupção, botando a cara na reta e gritando: Basta de sacanagem no Brasil!
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