Vereadores que contribuíram para o caos no setor de Saúde em Nova Iguaçu agora fazem queixa em Brasília
Na última segunda-feira um grupo de vereadores do bloco de oposição esteve em Brasília, onde distribuiu uma representação no Ministério de Saúde e no Tribunal de Contas da União (TCU), apontando irregularidades na aplicação das verbas federais repassadas ao setor de Saúde.
No documento o grupo revela que nos últimos três anos instalou-se “verdadeiro caos na cidade” e pedem “uma solução definitiva para os graves problemas enfrentados pela população iguaçuana no que diz respeito à falta de atendimento junto à rede pública pelo Sistema Único de Saúde”. A representação aponta ainda o atraso no pagamento das clínicas e laboratórios conveniados que prestam serviços ao município e que estão correndo risco de falência.
“O tempo passa, doentes estão sendo deixados a míngua, empresas estão sobrevivendo de empréstimos bancários e o município não cumpre sua obrigação. E mais grave ainda: tal obrigação não é cumprida por pura irresponsabilidade, pois pelo acompanhamento que fazemos no site do Ministério da Saúde, pontualmente, mês a mês, são feitos os repasses financeiros do governo federal à Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu. Por que, então, não se paga a quem prestou o serviço de saúde? É essa a resposta que buscamos junto às autoridades federais”, afirmam os vereadores na representação.
Providência tardia
Os problemas apontados na representação feita pelos vereadores da bancada de oposição começaram, na verdade, longo no início da gestão do prefeito Lindberg Farias, em janeiro de 2005 e quatro dos 10 vereadores que assinam a representação protocolada em Brasília tinham mandato na primeira gestão de Farias e não deram um passo sequer para fiscalizar as ações do governo. Muito pelo contrário, defendiam a administração e tinham vários cargos na prefeitura.
Marcos Fernandes, que hoje preside a Câmara Municipal, controlava, através de um irmão, a Unidade Mista de Vila de Cava e tinha dezenas de apadrinhados contratados através das cooperativas que atuavam no setor de Saúde. Marivaldo Amorim e Rosangela Gomes também se omitiram em troca de cargos e favores, enquanto a vereadora Marli Freitas - que atualmente integra a CPI da Saúde -, foi secretária de Saúde por quase dois anos, período em que várias denúncias de irregularidades foram feitas. Foi na gestão de Marli que um termo de ajuste de conduta foi assinado com o Ministério Público, com a Secretaria de Saúde se comprometendo a pagar aos prestadores de serviços, mas o compromisso firmado não foi cumprido por ela.
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