sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Jogada de mestre ou pouca vergonha?

Hoje em Nova Iguaçu muita gente parou o ex-deputado Fernando Gonçalves nas ruas para cumprimentá-lo por sua volta à Brasília. Teve jornal noticiando isso com destaque em primeira página, mas quem escreveu a matéria esqueceu-se de reportar a grande manobra de bastidores que ajudou muito o ex-deputado a sentar-se numa cadeira de parlamentar novamente, mas beneficiou bastante um político de filme queimadíssimo, livrando-o inclusive da cadeia.

O caso é o seguinte. Charles Cozzolino – que até o mês passado estava preso por formação de quadrilha e prática de corrupção na prefeitura de Magé – é o primeiro suplente de deputado federal pelo PTB e Fernando Gonçalves o segundo. Com a saída de Manoel Ferreira (titular da cadeira) para tratamento médico, Charles tomou posse dia 2 e ganhou uma carteirinha de deputado federal e junto com ela a imunidade que lhe garante foro privilegiado e a certeza de que não poderá ser preso antes de uma condenação definitiva. Com a carteirinha no bolso, Charles se deu por satisfeito e licenciou-se também, deixando a vaga para Fernando.

Resumo da ópera: Charles se livra da cadeia e ganha um salário federal. Fernando fica em Brasília, o que obriga a Câmara dos Deputados a pagar três salários por uma mesma cadeira. Recebem o titular e os dois suplentes.

Isso é ou não é o retrato fiel da pouca vergonha?



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