“Como 2009 passou rápido, meu Deus!” Ouvi muito isso hoje e com certeza ouviremos ainda mais daqui a um ano, pois em 2010 teremos Copa do Mundo e eleições. E é aí que mora o perigo.
O primeiro evento parece anestesiar o povo contra as dores provocadas pelas ações dos maus políticos. A população sofre quietinha. Não liga para os afanos da mão boba desse bando de corruptos, gente que sem a menor crise de consciência mete no bolso a grana da merenda escolar, o dinheiro da saúde, a verba do saneamento e surrupia os reais suadinhos dos IPTU, IPVA e ISS da vida... Bobeira isso. Afinal temos quatro dias de folia e uma quarta-feira de cinzas para dormirmos um pouco mais. E depois? Depois é depois...
Tem a Copa do Mundo e nós somos os melhores, né? O povo se acotovela diante dos aparelhos de televisão e joga a realidade pela janela, pois nossos craques estão em campo e a pátria de chuteiras só quer mesmo é saber de gols. E se esses não vierem em quantidade suficiente para nos garantir a taça? Bom, aí é entrar no clima eleitoral, apelando a uma consciência tardia, alimentada pela desinformação, pois uma nação que só lê jornais para saber do que estão falando sobre os futuros capítulos das novelas é extremamente desinformada e confunde os escândalos estrelados por seu político preferido com mais uma cena do folhetim das oito.
Bem que nesse novo ano as coisas poderiam ser diferentes. Que o povo de Nova Iguaçu acordasse de uma vez e olhasse para sua rua esburacada e entendesse como enganação, como puro golpe eleitoral, uma enorme sacanagem aquela placa que a prefeitura instalou há anos para anunciar R$ 360 milhões em obras que só o prefeito vê.
Que em 2010 essas milhares de pessoas que hoje não terão ceia, pois suas casas foram tomadas pelas águas dos rios que transbordaram com as chuvas, entendam que a situação em que se encontram é causada pela omissão do prefeito, do vereador, do deputado em quem votaram em troca de um tapinha nas costas e um aperto de mão.
Que nesse novo ano a gente sofrida de bairros como Lagoa, Pau-a-pique, Cidade Naval, Comendador Reis, Partido, Maurimárcia, Novo Horizonte, Buraco da Onça, Ponte Preta, Parque Paranhos e Vila Cruzeiro, comunidades esquecidas de Magé, entendesse que o pão e o leite que vão buscar nos postos do PSF são migalhas caídas da mesa farta de quem a governa e que os moradores dessas localidade precisam de ações verdadeiras e não de esmola.
Bom seria se nesse novo ano o brasileiro decidisse dar um basta na enganação e dissesse aos governantes que quer muito mais que o Bolsa-Família, que quer mais trabalho e menos discursos, ações efetivas e não programas bonitos como esse tal de Minha Casa Minha Vida, que não sai nunca do papel e que serve apenas para dizer ao povo: - Gente, se vocês não votarem na Dilma, não terão casa coisa nenhuma. E tem mais. Podem esquecer o Bolsa-Família!
Feliz ano novo!
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