sexta-feira, 21 de março de 2008

Nós também somos responsáveis

Essa semana o Brasil foi tomado por comoção quando vimos uma empresária desequilibrada torturar uma menina de 12 anos que tinha sido adotada por ela. A empregada da casa também foi presa acusada de omissão. Diante de um caso como esse fazemos nosso juízo de valores, avaliações e chegamos a conclusão que não dá para agüentar ver uma menina ser torturada por uma pessoa adulta sem se intrometer, sem tomar partido e denunciar. Foi o que os vizinhos fizeram.

Pois bem, se pararmos para pensar um pouco sobre isso, chegamos a outros pontos. Quando nos omitimos diante de uma injustiça qualquer também somos responsáveis. Quando crianças estão morrendo de dengue porque os governos se omitiram também somos responsáveis. A morte por negligência ou tortura não deixa de ser cruel só porque não está diante de nossos olhos. Só paramos para pensar nesses crimes quando eles batem às nossas portas. Mas, se esticarmos a vista para um pouco além do nosso quintal vamos ver que muitos crimes acontecem, muitas crianças são torturadas e mortas e nós nos calamos.

Hoje ouvi que uma pessoa só não pode concertar o mundo. Realmente, uma só pessoa não tem condições de acabar com todas as injustiças. Mas, também não podemos nos acostumar a ver, ouvir e até comentar sobre essas mesmas injustiças sem tomar partido. Não podemos concertar o mundo, mas podemos consertar nossa casa, nosso quintal, quem sabe influenciar alguém para o bem em nosso bairro, estender a mão a quem precisa e nunca, nunca pecar pela omissão.

No caso específico da dengue uma série de fatores vem acontecendo há muito tempo. Durante muito tempo observamos os governos se omitirem. Funcionários públicos que poderiam ter denunciado desvios de verba, conduta irregular, se calaram e nós também. A epidemia não começou de um dia para outro. Vamos fazer a nossa parte, se temos o ditado "dar murro em ponta de faca", também temos o "água mole em pedra dura..."

Precisamos saber : diante de tantos problemas temos que nos perguntar todos os dias que papel queremos ocupar nessa sociedade injusta, se o da empresária, o da empregada ou o dos vinhos que denunciaram. O que não podemos continuar fazendo é ver crianças sendo torturadas e nos calarmos.






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