Essa semana, o jornal Vetor publicou matéria mostrando alguns processos de improbidade que o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, enfrenta. Lindberg responde aos jornalistas, o que é raro nessa administração. Mas, todas as vezes que Lindberg respondeu acusações à Imprensa a resposta foi desastrosa. Dessa vez, ele classificou como "ridículos" três desses processos. Já falamos deles nesse espaço, portanto, vou me ater a escrever apenas sobre o que considero mais absurdo de todos e, por acaso, será o que deve ser julgado primeiro.
Trata-se de uma fraude inédita conta o Fundef. Logo no primeiro ano de governo, ele, ao lado da sua super secretária Marli de Freitas, resolveu cortar as 1.700 bolsas salário educação mantidas pelos governos anteriores. A chamada bolsa salário educação é dada pelo Governo Federal para alunos que não conseguiram vaga nas escolas públicas. O governo manda o dinheiro para o município que repassa para as escolas particulares onde estão matriculadas essas crianças.
É bom deixar claro que esses alunos não têm direito a uniforme, merenda, passe livre, carteirinha e provas gratuitas. O governo paga apenas a mensalidade, o resto é arcado pelos pais. Pois bem, Lindberg cortou as bolsas por dois meses mas resolveu votar atrás quando as mães fizeram vários protestos. Mas, logo depois, pegou todas as crianças e "transferiu" para escolas públicas. Com isso, conseguiu do governo repasse para merenda, uniforme e material didático que essas crianças nunca tiveram acesso. As crianças continuaram estudando na escola particular mas passaram a fazer parte do censo escolar como se pertencessem a rede pública.
Na resposta que deu ao Vetor, Lindberg disse que essa prática já era utilizada por outros governos, "que não aumentou o número de bolsistas e que eles já eram contabilizados pelo censo escolar na rede pública". Então, significa que o atual prefeito pode manter o erro já que o outro também errou. Me lembra meu sobrinho de 10 anos quando justifica suas faltas dizendo que a prima, de 6 anos, também estava com ele na travessura. O que o povo esperava do governo petista era que ele denunciasse a prática anterior e acabasse com o desvio e não continuasse com ele como se fosse a coisa mais natural do mundo.
É bom deixar claro também que a afirmativa de Lindberg não se confirma. As bolsas salário educação existem na cidade desde o governo Altamir Gomes mas a faceta de deixar as crianças na rede particular e receber o repasse pela rede pública é "mérito" da administração de Lindberg. Portanto, nem a afirmação de que "um erro justifica o outro" pode ser usada por ele. O processo deverá ser julgado nos próximos 20 dias. Vamos ver se depois da sentença o prefeito vai continuar achando tudo "ridículo".
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