Quem passa pelo centro de Nova Iguaçu pode ver as novas pinturas na Via Light. Fazem bem para os olhos mas também causam um sentimento de indignação para quem sabe o que acontece hoje nos bastidores da política iguaçuana. É como pintar a casa por fora e não ter cama para dormir depois de um dia de trabalho. A pintura foi feita para o Fórum Mundial de Educação que se realiza pela segunda vez na cidade. É a típica maquiagem, velha conhecida dos políticos velhos e dos novos sem competência para fazer uma cidade verdadeiramente melhor.
Mas, a maquiagem não é o pior desse cenário. Por trás dele existe muito mais sujeira. Nova Iguaçu possui um Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e cinco conselhos tutelares: Vila de Cava, Morro Agudo, Cabuçu, centro e Austin. Três deles já foram despejados por falta de pagamento no aluguel do imóvel. Os conselheiros também não possuem veículo e alguns nem papel para anotar as denúncias. Semana passada estiveram com o promotor da Vara da Infância e Juventude e com o prefeito Lindberg Farias que fez um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
No TAC, Lindberg promete melhorar as condições dos conselhos, diz entender a falta de paciência dos conselheiros mas garante atitudes mais firmes. Esse termo de Ajuste dá prazo de 90 dias para o prefeito "se enquadrar". A maioria dos conselheiros acredita que Lindberg vai apenas ganhar tempo e voltar a cometer os mesmos erros. Afinal, eles já viram esse filme outras vezes. Esse é um fato que, com certeza, não será retratado no Fórum Mundial. A temática será, mais uma vez, o programa Bairro Escola, que já não consegue enganar o Iguaçuano. Se tornou mais um cenário, assim como a pintura na Via Light, para quem vem de fora.
Portanto, chegamos a conclusão que se trata de um governo de cenários, de fachada, desde a aparência do prefeito até o seu programa mais importante. Se olharmos de perto vamos ver que nada é real. Tudo é fictício e imaginário, assim como aquele velho sonho de mudança, de saída dos coronéis da cidade. Na verdade, atiramos em um cara pintada e acertamos em um coronel, sem quartel e sem projetos, mas com muita imaginação. Então, me lembro da frase de Luther Quing: "O que me assusta não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons".
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