segunda-feira, 29 de março de 2010

E o príncipe virou sapo

Há cinco anos quando soube da primeira candidatura de Lindberg Farias a prefeitura de Nova Iguaçu, conversei com alguns amigos jornalistas e lembro bem do que disse: “esse cara não vai mudar nada na minha vida nem na de vocês, mas, para umas de 400 mil pessoas ele vai fazer muito mau”. Não tenho bola de cristal nem sou cartomante mas bastava uma boa olhada no currículo do rapaz para ver que seu governo seria um desastre. Cinco anos depois, esses meus amigos perceberam o monstro que ajudaram a criar, mas já é tarde.

O mau que Lindberg fez é irreversível e toda a população iguaçuana, inclusive quem não votou nele, vai pagar por isso. O pior é que vai pagar sem ao menos saber ou entender o processo. Vou citar apenas um deles: Quando Lindberg assumiu a prefeitura existiam 61 mil alunos matriculados na rede. Ele sai deixando 53.240 mil. Isso significa dizer que a população aumentou mas o número de alunos nas escolas diminuiu. Isso é muito sério e ninguém presta atenção. Onde estão essas crianças que completaram sete anos durante o governo dele? Eu respondo: estão nas ruas esmolando.

Esse mal ninguém poderá reparar. Sei que, cedo ou tarde, esse rapaz vai pagar pelos seus atos. De um jeito ou de outro. Mas, sei também que a sociedade precisa repensar seus valores. Os Lindbergs da vida são apenas reflexos da nossa sociedade. Quando passamos por cima de valores importantes estamos reforçando a corrupção, reforçando que outros venham e matem nossos filhos, destruam nossa família, queimem nossas casas. Estamos crescendo assustadoramente na tecnologia e regredindo enquanto ser humano.

Hoje, quando tenho a certeza de que Lindberg finalmente está deixando nossa cidade, senti um grande alívio porque essa doença de efeito retardado vai sair de nosso quintal. Mas, ao mesmo tempo, me preocupo. Nós, iguaçuanos, demos a ele projeção nacional e agora ele vai tentar fazer o mau com muito mais amplitude. Da minha parte continuo nas trincheiras combatendo os Lindbergs que encontro do jeito que posso. Mas, temo por meus filhos e netos enquanto nossa sociedade continuar acreditando em príncipes encantados e salvadores da pátria. Mesmo assim, o sol hoje tem um brilho especial para os iguaçuanos. É hora de tentar, ao menos, reconstruir o que essa doença degenerativa chamada Lindberg Farias destruiu.


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