Acabo de receber um e-mail de um morador de João Pessoa, no estado da Paraíba, assinado por um cidadão chamado José Francisco, que diz ter muito orgulho em saber que um conterrâneo seu administra uma cidade importante como Nova Iguaçu. Ele se refere a Luiz Lindbergh Farias Filho, por cá conhecido como Lindberg Farias e questiona o fato de este jornalista publicar tantas matérias negativas sobre a administração do prefeito do qual ele tanto se orgulha. Caro José Francisco, em primeiro lugar agradeço a sua manifestação, pois me dá oportunidade de lhe falar sobre coisas que você desconhece. Começo por esclarecer que seu conterrâneo não mudou a cidade como você afirma. As coisas são muito diferentes daquilo que seu conterrâneo propaga.
Lindberg chegou ao poder dizendo que iria fazer e acontecer, que por ser amigo pessoal do presidente Lula traria muito dinheiro para o município. De fato trouxe, mas o problema é que ninguém vê o resultado desses investimentos. O setor de Saúde, por exemplo, nunca recebeu tantos recursos como nos últimos três anos, mas o atendimento está a cada dia pior. As unidades conveniadas não recebem há meses e dos quase R$ 500 milhões repassados ao setor nesse período a Prefeitura torrou mais da metade sem licitação. Inclusive teve coragem de comprar R$ 1,8 milhão em receituários que nunca chegaram aos postos de atendimento médico. Esse caso, José Francisco, está na Justiça e pode levar muita “gente boa” à prisão.
Para se ter uma idéia, José, só do PAC foram destinados para o município R$ 361 milhões, mas as obras estão paradas. É verdade que toda semana a Prefeitura inicia uma obra, mas abre uma frente e paralisa dez, porque a administração do seu conterrâneo tem o péssimo hábito de não pagar o que deve. Muitas empreiteiras contratadas já deixaram o município. Mas não é só isso. Você fala de um projeto que seria modelo em educação, o Bairro-Escola. Você diz isso porque está aí, bem longe. A realidade é outra: tem criança estudando em galpão porque o prefeito que lhe causa orgulho iniciou obras de reforma e ampliação de escolas e não concluiu.
Tem mais, José Francisco, centenas de profissionais da área de Saúde foram aprovados em concurso que o seu conterrâneo diz que estava sendo feito para acabar com as contratações através de cooperativas. Pois é, ele não convocou nenhum aprovado e acaba de prorrogar, sem licitação, um contrato de R$ 43 milhões com uma dessas cooperativas.
José, além das cooperativas ele é chegado também a uma ONG. Contratou uma ligada a Universidade Federal de Pernambuco para informatizar a folha de pagamento porque, segundo ele, tinha muita fraude nas administrações anteriores. Olha, José, vou contar uma coisa para você, mas não espalha não, tá? O Ministério Publico está apurando um rombo e tanto na folha de pagamento da Prefeitura. Os promotores receberam uma fita na qual a responsável pela administração de pessoal, Lígia Cristina, conta que era obrigada a cometer várias irregularidades, inclusive liberar salários para 700 “fantasmas”. Ah, já ia me esquecendo. Sabe em que administração isso aconteceu? Na de seu conterrâneo.
Infelizmente, José Francisco, não gostaria de lhe dar notícias tão desagradáveis sobre a administração do conterrâneo que lhe motiva tanto orgulho, mas essa é a verdade. Se você ainda continuar achando que ele é o bam-bam-bam, chame-o de volta, porque aqui na cidade que acreditou no discurso fácil de Lindberg ninguém tem motivo para se orgulhar dele.
0 comentários:
Postar um comentário