Magé é uma das cidades mais antigas do Brasil. Tem grande importância histórica, mas infelizmente, ocupa espaço no noticiário por fatos que não agradam em nada sua ordeira população. Em seus quase 450 anos de fundação Magé escreveu páginas que muito orgulham seus filhos, mas tem vivido, na última década, situações que entristecem a todos. Quem matou o vereador Geraldo Ângelo? As autoridades até hoje não esclareceram o crime ocorrido em 1997. Depois foram assassinados mais quatro vereadores e uma vice-prefeita. Ninguém foi responsabilizado por nada disso até agora. Mais recentemente o marido da atual prefeita foi trucidado a tiros. O tempo está passando e tudo indica que será mais um daqueles casos sem solução.
No início desse ano fizeram um estardalhaço danado na cidade. A polícia cercou o prédio da Prefeitura, apreendeu documentos, computadores algemou e levou presas mais de uma dezena de pessoas que acabaram soltas logo depois. A operação policial foi batizada espetacularmente de “Uniforme Fantasma” e rendeu manchetes durante vários dias. Mas e daí? A quantas andam esses inquéritos, quando serão julgadas as pessoas apontadas e expostas como criminosas, responsáveis, segundo a polícia e o Ministério Público, por um rombo de mais de R$ 100 milhões nos cofres públicos? E a prefeita Núbia Cozzolino, qual o verdadeiro papel dela nesse esquema que as autoridades apontam como extremamente corrupto? É, parece que os acusadores ainda não sabem responder essa pergunta tão simples, porque, se soubessem, ela não poderia ter sido candidata a reeleição, vencido a disputa e diplomada no final da tarde de ontem.
Tenho uma relação muito forte com Magé e nutro um profundo respeito por aquela gente sofrida, pessoas descentes que sofrem muito quando o nome da cidade aparece de forma negativa nos jornais e com certeza ficaram mais tristes ainda quando, na última quarta-feira, um forte aparato policial fechou ruas próximas à Prefeitura e o Fórum para, segundo as autoridades, garantir a segurança durante a diplomação dos eleitos. O que deveria ser uma festa da democracia, pareceu mais uma ação de guerra. O povo de Magé não merece continuar passando por isso.
A impressão que os fatos noticiados passam para a opinião pública é a de que o município de Magé é governado por quadrilheiros, bandidos tão fortes que as autoridades não conseguem tirá-los de circulação. Então faço aqui uma pergunta: Se Núbia Cozzolino é tudo isso de ruim, por que ela não foi cassada antes? Pergunto mais: Por que a deixaram ser candidata de novo?
Responda quem puder, porque o povo parece conhecer outra realidade, pois, no dia 5 de outubro, acabou renovando o mandato de sua prefeita por mais quatro anos.
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